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BRASIL Quarta-feira, 09 de Abril de 2025, 16:20 - A | A

Quarta-feira, 09 de Abril de 2025, 16h:20 - A | A

08 DE JANEIRO

Homem foragido do STF é detido em protesto por anistia

Formado em análise de sistemas, Fábio estava sentado na calçada quando foi abordado por policiais militares

 

Fábio B.S., de 58 anos, considerado foragido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2023, foi preso no último dia 16 de março durante um ato na Avenida Paulista que pedia anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A informação é da coluna de Ricardo Cappelli, no portal Metrópoles.

 

Formado em análise de sistemas, Fábio estava sentado na calçada quando foi abordado por policiais militares. Após checagem dos documentos, os agentes constataram a existência de um mandado de prisão em seu nome. Ele foi levado à delegacia e, em seguida, encaminhado à carceragem da Superintendência da Polícia Federal.

 

A prisão aconteceu no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro discursava em um evento semelhante, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro.

 

De manifestante a foragido

Fábio foi detido pela primeira vez em 9 de janeiro de 2023, em um acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Ele permaneceu 11 dias preso na Papuda, sendo liberado com uso de tornozeleira eletrônica. A liberdade foi posteriormente revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, após descumprimento das medidas impostas.

 

Na audiência de custódia promovida pelo STF após sua nova prisão, Fábio relatou estar em situação de rua e ter ido à manifestação buscando ajuda. “Estava carregando todos os meus pertences e fui à Paulista tentando garantir dois ou três dias de estadia digna”, disse.

 

Vida instável e dificuldades

O homem contou que já trabalhou como recepcionista de hotéis no Nordeste, onde morou por 15 anos e atuava graças ao domínio de idiomas como inglês e italiano. Após a primeira prisão, disse ter trabalhado em uma fazenda no Distrito Federal e, depois, voltou para Natal (RN). De lá, viajou de carona até São Paulo para participar do protesto.

 

Sobre o descumprimento das medidas cautelares, alegou ter recebido uma passagem para o Rio Grande do Norte e que a tornozeleira parou de funcionar. Sem advogado, telefone, emprego ou apoio familiar, sobreviveu com ajuda de desconhecidos e chegou a trabalhar como caseiro em Ipojuca (PE).

 

Acordo com a PGR

Durante a audiência de custódia, Fábio aceitou um acordo de não persecução penal oferecido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual reconhece a infração cometida em troca de medidas alternativas à prisão. No entanto, pediu a retirada da multa e da prestação de serviços comunitários.

 

A Defensoria Pública da União (DPU), responsável por sua defesa, justificou o pedido com base na situação extrema de vulnerabilidade social do acusado. “Ele vive de doações e não consegue assumir compromissos que sabe que não poderá cumprir”, argumentou a DPU.

 

Fábio também relatou perda de peso significativa e pediu para permanecer sob custódia da Polícia Federal até que o acordo seja homologado, alegando medo de ser transferido para o sistema prisional comum. “Aqui me sinto relativamente tranquilo”, afirmou ao juiz auxiliar do STF.

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