Empresas de turismo, guias turísticos e condutores de veículos que atuam em Nobres (a 146 km de Cuiabá) já foram recomendados pela Promotoria de Justiça no Município para que não promovam nem estimulem visitas à Gruta da Lagoa Azul até que a visitação ao local seja regularizada.
A medida foi motivada pela constatação do uso de trilhas clandestinas e o desrespeito às placas de sinalização que indicam que o local está fechado para visitas desde 2002, em virtude de danos ambientais.
O caso veio à tona após fiscalização de rotina do gerente regional do Parque Estadual Lagoa Azul, no dia 21 de janeiro. Ele flagrou 13 pessoas praticando turismo ilegal na área, atualmente interditada para visitação. Os visitantes estavam acompanhados por dois guias locais, que teriam orientado a atividade irregular.
A providência é parte de um procedimento em curso no Ministério Público do Estado de Mato Grosso, sob a responsabilidade do promotor de Justiça Willian Oguido Ogama. Ele adiantou que vai se reunir com os titulares das secretarias municipais de Meio Ambiente e Turismo, e também com representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente para avaliar o que tem sido feito para impedir a visitação clandestina ao local.
“São constantes as denúncias de guias clandestinos cobrando altos valores para as visitações, inclusive havendo notícias de servidores municipais realizando visitas clandestinas. Estes e outros dados estão em fase de análise, junto com depoimentos e informações levantadas pela Promotoria de Justiça”, ressaltou o promotor de Justiça.
O uso de trilha clandestina, por exemplo, já foi confirmada há dois anos em operação realizada pelo representante do MPMT, em parceria com agentes fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), integrantes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Judiciária Civil e da Polícia Ambiental.
Segundo o promotor Willian Oguido Ogama, entre os danos ambientais já constatados estão o uso indevido de recursos hídricos, a ausência de regularização fundiária e alterações no cenário natural do local.
“É importante ressaltar que todas as medidas tomadas visam assegurar o acompanhamento do processo estrutural relacionado ao parque, que é uma unidade de conservação importante para o estado e para o município de Nobres, que tem no turismo uma das fontes da economia”, analisa o promotor.
A Gruta Lagoa Azul está localizada no Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul (PEGLA) e foi interditada há quase 23 anos. Foi após uma articulação do MPMT com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) que o Conselho Consultivo do PEGLA foi reativado. O conselho é responsável por acompanhar a elaboração e implementação do Plano de Manejo da unidade de conservação.
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