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ECONOMIA Sábado, 22 de Junho de 2024, 09:07 - A | A

Sábado, 22 de Junho de 2024, 09h:07 - A | A

ATRASOS

Greve do Ibama completa seis meses e impacta setor de óleo e gás

A sonda de perfuração a ser utilizada no projeto está parada no Porto do Açu, no norte do Estado, a um custo de US$ 100 mil por dia. "No caso de uma sonda afretada, esse custo saltaria para US$ 400 mil, US$ 500 mil", comentou Monteiro.

 

A greve dos servidores do Ibama, que completa seis meses em junho, continua a atrasar a emissão de licenças ambientais essenciais para o desenvolvimento de projetos no setor de óleo e gás. Empresas como a petroleira Prio, considerada uma das mais promissoras "junior oils" do mercado brasileiro, estão entre as mais afetadas.

 

A Prio aguarda a autorização do Ibama para perfurar quatro poços no campo de Wahoo, na bacia de Campos, e interligá-los a um navio plataforma (FPSO) no campo de Frade, principal aposta para aumentar sua produção. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente da Prio, Roberto Monteiro, revelou que o investimento total em Wahoo será de US$ 830 milhões, dos quais cerca de US$ 500 milhões já foram consumidos com a compra de materiais e componentes, atualmente parados nas bases logísticas da empresa no Rio de Janeiro.

A sonda de perfuração a ser utilizada no projeto está parada no Porto do Açu, no norte do Estado, a um custo de US$ 100 mil por dia. "No caso de uma sonda afretada, esse custo saltaria para US$ 400 mil, US$ 500 mil", comentou Monteiro.

 

Não é apenas a Prio que sofre com os atrasos causados pela greve do Ibama. A Petrobras projeta uma queda de 2% na produção de 2024 devido ao problema, e a britânica BP também espera licenças de perfuração, incorrendo em gastos imprevistos. Na última quinta-feira, 20, o presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa, expressou preocupação com a greve, citando a estimativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) de que a produção nacional já está menor em 80 mil barris por dia devido ao movimento.

 

Impacto Econômico

Segundo Roberto Ardenghy, presidente do IBP, a greve do Ibama gerou uma redução na produção de 5 mil a 10 mil barris por dia, chegando a 80 mil barris diários na sexta-feira, 14. Os servidores do Ibama iniciaram a greve após seis meses de mobilização por reajuste salarial, quando o Ministério da Gestão e Inovação rejeitou a última contraproposta sindical de valorização salarial.

Peso do Campo de Wahoo

Monteiro destacou a importância do campo de Wahoo para a Prio: "Wahoo vai representar um aumento entre 40% e 50% na nossa produção." Ele detalhou que a empresa espera licenças de perfuração e de instalação para ligar os poços ao FPSO de Frade, a 30 quilômetros de distância. "Além do Imposto de Renda a mais que a companhia paga por colocar 40% a mais de receita na mesma base de custo, ainda pagamos 10% de royalty. Se você pegar um óleo a US$ 75 ou US$ 80, estamos falando de R$ 400 milhões, R$ 500 milhões ao ano de arrecadação perdida", observa.

 

Atualmente, a Prio produz pouco mais de 90 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) e espera adicionar 40 mil boed de Wahoo e mais 30 mil boed de Albacora. A Prio também aguarda posição do Ibama sobre pedidos de licença para os trabalhos em Albacora.

Calendário Atrasado

Antes da paralisação do Ibama, a previsão original da Prio era ter o primeiro óleo de Wahoo em agosto de 2024, exigindo licenças de perfuração em dezembro ou janeiro e a de instalação em maio. A perfuração de cada poço demora dois meses e o lançamento das linhas a serem conectadas, outros três meses adicionais.

Monteiro evitou dar uma nova data, mas estimou que, resolvida a situação no órgão ambiental, o primeiro óleo deve demorar entre seis e oito meses. A Prio não planeja ir à Justiça para resolver o problema, preferindo interações amigáveis com a autarquia ambiental.

Plano B

Questionado sobre um plano B, Monteiro disse que hoje nada é capaz de substituir Wahoo de maneira completa. "Vamos tentar fazer pequenas coisas em Albacora, mas estamos falando de mais 5 mil barris por dia, 8 mil se formos muito bem."

As intervenções em Albacora não exigem novas licenças e tratam da reativação de poços já existentes, desligados pela Petrobras.

 

Novas Aquisições

Monteiro mencionou que a Prio observa tanto o mercado brasileiro quanto o americano (Golfo do México) para possíveis aquisições. "A companhia tem caixa e alavancagem baixa o suficiente para conciliar aquisições nos EUA e no Brasil ao mesmo tempo," disse ele.

 

A Prio mira investidas no mioceno do Golfo do México, observando oportunidades criadas pela migração de grandes petroleiras para explorar petróleo em novas fronteiras. A empresa mantém um olhar atento no mercado nacional, destacando sua capacidade financeira para conciliar aquisições simultâneas nos dois mercados.

 
 

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