Neymar usou suas redes sociais para se manifestar contra a “nova regra” da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que passou a punir jogadores que utilizarem a técnica de “subir na bola” para provocar o adversário. A medida, anunciada na última sexta-feira pela Comissão de Arbitragem (CA), gerou polêmica entre jogadores, comentaristas e torcedores.
O ofício da CBF, assinado pelo presidente da Comissão de Arbitragem, Rodrigo Cintra, alerta que o ato de subir na bola, praticado com o intuito de provocar o rival, será passível de cartão amarelo e tiro livre indireto para a equipe adversária. Segundo a CBF, essa ação é considerada uma “atitude antidesportiva” por demonstrar “falta de respeito ao futebol”, conforme o Livro de Regras da entidade.
Neymar expressou sua indignação com a medida em um comentário na publicação do ex-jogador Denilson, comentarista da TV Globo, que também criticou a nova determinação. “Futebol está ficando cada vez mais chato. Muito nhê nhê nhê”, desabafou Neymar, demonstrando descontentamento com a regulamentação.
No último fim de semana, Memphis Depay, atacante do Corinthians, foi protagonista de um lance que gerou confusão. Durante o empate sem gols contra o Palmeiras, que garantiu o título do Campeonato Paulista para o time do Parque São Jorge, Depay subiu na bola perto da linha de fundo, o que gerou uma reação dos jogadores rivais e uma paralisação de quase dez minutos. O episódio foi alvo de críticas de Depay à CBF, que considerou a regra exagerada.
No ofício, a Comissão de Arbitragem explica que o objetivo da nova medida é evitar transtornos no ambiente de jogo, já que a provocação com a bola frequentemente resulta em confrontos generalizados, prejudicando a imagem do esporte tanto nacional quanto internacionalmente. Além disso, o documento ressalta o risco de lesão para o próprio jogador que protagoniza o lance.
A nova regra busca diferenciar o ato de subir na bola de jogadas comuns como dribles ou chapéus, que têm o objetivo de desmarcar o adversário ou avançar em direção ao gol. Já o ato de provocar com a bola é visto pela CBF como uma atitude claramente desrespeitosa com a intenção de causar tensão no jogo.
A regra, no entanto, tem gerado controvérsias e comparações com outras decisões polêmicas no passado. Um exemplo disso foi o lance de Soteldo, atacante do Santos, que em 2023 subiu na bola para provocar os jogadores do Vasco, em uma vitória por 4 a 1 na Vila Belmiro. O ato gerou revolta no time carioca, e a arbitragem teve dificuldades para controlar o clima quente nos minutos finais da partida.
A medida da CBF, embora ainda recente, já gerou amplos debates sobre os limites da provocação e da competitividade no futebol, levantando questões sobre o equilíbrio entre disciplina e a essência do esporte, que é marcado por sua intensidade e emoção.