Equipes da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, Vigilância Sanitária de Cuiabá e Procons das cidades de Cuiabá e Várzea Grande realizaram uma operação conjunta nesta quarta-feira (10) em nove lojas de uma rede de revenda de cosméticos. O objetivo foi recolher amostras de um creme modelador de cabelos de uma marca específica após um consumidor da capital mato-grossense relatar forte reação alérgica após o uso do produto durante as festas de fim de ano.
O morador de Cuiabá afirmou ter sofrido reações intensas no couro cabeludo, incluindo dificuldades para pentear o cabelo, dores de cabeça, embaçamento da visão do olho direito e o surgimento de nódulos na pálpebra e na lateral do olho direito. Curiosamente, o mesmo produto da marca já havia causado reações alérgicas e lesões nos olhos de uma adolescente em São Paulo no ano anterior, resultando na retirada dos lotes do mercado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os lotes do creme modelador da marca foram prontamente retirados de venda nas lojas da rede de cosméticos em Cuiabá e Várzea Grande. A Polícia Civil, informada pelos órgãos de defesa do consumidor, apreendeu o produto utilizado pelo consumidor para análise e encaminhou o caso à perícia, requisitando também um exame de lesão corporal na suposta vítima.
O advogado Luiz Fernando Barbosa, coordenador jurídico do Procon de Cuiabá, destacou que a ação conjunta das autoridades não se limitou a uma fiscalização, mas representou um esforço coordenado para proteger a saúde e os direitos dos consumidores. A Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor instaurou um procedimento policial para investigar possível crime contra a saúde pública, com penas que variam de 5 a 15 anos de prisão, dependendo da gravidade da infração.
Consumidores que apresentarem reações alérgicas a produtos fixadores ou modeladores de cabelo são orientados a procurar a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor durante o horário comercial ou registrar um boletim de ocorrência em qualquer Delegacia da Polícia Civil. A Decon também informou a Anvisa sobre o ocorrido, buscando medidas apropriadas diante dos fatos.