A Justiça negou o pedido de restituição do passaporte de Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-assessora do ex-secretário de Estado Pedro Nadaf e colaboradora em diversos processos penais relacionados à Operação Sodoma.
A decisão, assinada pelo juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, foi publicada nesta sexta-feira (28).
Karla Cintra confessou, em seu acordo de colaboração premiada, ter recebido R$ 65,4 mil para facilitar o esquema de propina envolvendo incentivos fiscais no governo Silval Barbosa.
Como parte do acordo, comprometeu-se a devolver R$ 6,6 mil aos cofres públicos e obteve uma redução de pena para três anos e oito meses de prisão.
No entanto, o juiz argumentou que a colaboradora ainda não cumpriu integralmente suas obrigações.
Segundo o magistrado, a apreensão do passaporte é necessária para garantir que Karla esteja disponível para participar de procedimentos processuais em andamento.
“Embora a colaboradora tenha cumprido parcialmente o acordo, a apreensão do passaporte está intrinsecamente vinculada à necessidade de assegurar sua presença nos atos processuais”, escreveu o juiz em sua decisão.
O pedido de devolução do documento foi negado, e a defesa da ré terá um prazo de 30 dias para comprovar o cumprimento integral das cláusulas do acordo homologado.
Karla Cintra foi uma figura-chave na revelação dos esquemas de corrupção envolvendo Pedro Nadaf e outros integrantes da gestão estadual.
A Operação Sodoma, conduzida pelo Ministério Público, desvendou uma complexa rede de recebimento de propina em troca de benefícios fiscais.