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MUNDO Quinta-feira, 31 de Outubro de 2024, 17:48 - A | A

Quinta-feira, 31 de Outubro de 2024, 17h:48 - A | A

“RASANTE AO SOL”

Cometa do Halloween" morre desintegrado pelo Sol

Considerado um cometa "sungrazer", termo em inglês que significa literalmente “rasante ao Sol”, o Cometa do Halloween passou pela Terra no dia 24 de outubro e seguiu em direção ao Sol.

TEC MUNDO

 

Tinha tudo para ser um Dia das Bruxas especial para os astrônomos amadores, astrofotógrafos e admiradores do céu em geral. O chamado “Grande Cometa do Halloween”, detectado na noite de 27 de setembro, poderia se tornar tão brilhante quanto o planeta Vênus e proporcionar um espetáculo de luz em uma noite já marcada por diversão, tradição, fantasia e aparições fantasmagóricas.


 

A expectativa não era infundada. Catalogado como C/2024 S1 ATLAS pelo projeto de monitoramento Sistema de Último Alerta Terrestre de Asteroides (ATLAS), esse cometa de entrada era incrivelmente brilhante e ativo em relação à sua proximidade do Sol no momento da descoberta. Era uma promessa de um show incomum entre os cometas rasantes.

Infelizmente, no seu dia de maior proximidade do Sol (periélio), ocorrido na segunda-feira (28), o S1 ATLAS foi completamente “devorado” pela radiação solar. Em questão de minutos, seus materiais se transformaram em plasma, seu núcleo se dissolveu completamente, ou seja, o cometa evaporou na atmosfera infernal da nossa estrela.

Como ocorre a morte de um cometa "sungrazer"

Considerado um cometa "sungrazer", termo em inglês que significa literalmente “rasante ao Sol”, o Cometa do Halloween passou pela Terra no dia 24 de outubro e seguiu em direção ao Sol. Quando atingiu o periélio, estava a apenas 1,2 milhão de quilômetros de distância. A combinação mortal entre forças gravitacionais e aquecimento extremo fez com que ele fosse instantaneamente evaporado.


 

No momento de sua vaporização, ocorrida no dia 28 às 8h30 (horário de Brasília), o S1 ATLAS estava a perigosos 532 mil quilômetros da superfície solar. Os astrônomos estimam que o período orbital desse cometa pode ser de 953 anos, o que sugere que esta pode não ter sido a primeira vez que ele passa pelo nosso sistema solar interno.

A passagem do cometa foi acompanhada pelo LASCO C3, um coronógrafo a bordo da sonda SOHO, uma colaboração entre a NASA e a ESA posicionada no ponto de Lagrange 2 para observar o Sol. O instrumento foi o primeiro a detectar sinais de que o cometa estava enfraquecendo antes mesmo de entrar no periélio.

Cometas sungrazers: voando perigosamente perto do Sol

 

A sonda SOHO observou os últimos momentos do cometa S1 ATLAS.

Normalmente muito pequenos, os cometas sungrazers têm sido observados por centenas de anos, e se caracterizam por suas órbitas perigosamente próximas ao Sol. Isso lhes dá uma característica apoteótica: brilham intensamente, mas geralmente se quebram em pedaços menores, isso quando não são sumariamente vaporizados.

 
 
 
 

Eles foram identificados entre as décadas de 1880 e 1890 pelo astrônomo alemão Heinrich Kreutz, que percebeu que cometas muito brilhantes tinham órbitas similares. Mesmo sem ter a tecnologia para observar que a maioria deles se desintegrava, Kreutz inferiu isso por meio de cálculos matemáticos. 

Além de distinguir os sungrazer dos demais cometas, Kreutz teorizou que esses cometas eram provavelmente fragmentos de um único cometa original. Sua teoria é que esse megacometa e seus fragmentados tenham se partido várias vezes enquanto orbitavam o Sol durante um período em torno de 800 anos. Esse populoso grupo de cometas foi batizado como "cometas rasantes de Kreutz".

Como são observados os sungrazers hoje?

 

A sonda SOHO observa um cometa passando pelo Sol.

A observação da "família" foi aprimorada ao extremo com a utilização dos modernos coronógrafos, como o LASCO C3. Esse tipo de dispositivo é projetado para bloquear a luz intensa do Sol, permitindo que não só a coroa solar possa ser observada, mas também todos os objetos próximos da nossa estrela, como cometas. 

 

Desde o dia 30 de dezembro de 1995, quando foi ligado pela primeira vez, o LASCO revolucionou a cometologia, pois descobriu milhares de novos cometas, sendo que uma grande parte deles pertence ao grupo de sungrazers. As observações mostraram que os cometas Kreutz se aproximam do Sol dez vezes mais perto do que todos os outros grupos.

Pelo que sabemos, nenhum cometa foi capaz até hoje de atingir a superfície solar ou mesmo a fotosfera. Caso fizessem essa proeza, seriam chamados de "sunstrikers", o que não ocorreu ainda.

 

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