Num movimento que reacende as tensões comerciais globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9/4) o aumento da tarifa sobre produtos importados da China para 125%, com aplicação imediata.
A decisão vem como resposta direta à retaliação imposta por Pequim, que elevou suas tarifas sobre itens norte-americanos para 85%.
A escalada na guerra tarifária entre as duas potências económicas promete desestabilizar ainda mais o comércio internacional.
No mesmo anúncio, Trump revelou uma estratégia de concessão para os demais países: por um período de 90 dias, haverá uma redução tarifária para 10%, desde que esses países não implementem medidas retaliatórias contra os EUA.
O Brasil, que já estava incluído na lista de países sujeitos à tarifa de 10%, não será afetado pelas alterações mais recentes, mas segue entre os que procuram negociar com Washington.
“Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou aumentando a tarifa cobrada da China para 125%, com efeito imediato”, declarou Trump.
Ele justificou a decisão como um passo necessário para acabar com o que considera uma exploração prolongada dos EUA por parte da China.
As medidas representam o ponto mais agudo até agora na disputa comercial, que se intensificou rapidamente nos últimos dias.
Na terça-feira (8/4), a Casa Branca já havia anunciado tarifas de 104% sobre os produtos chineses, movimento que foi respondido com a aplicação de 84% pelas autoridades chinesas. O novo aumento para 125% é visto como um endurecimento significativo da posição norte-americana.
Além da China, outros 117 países já tinham sido alvos de tarifas recíprocas por parte dos EUA, numa iniciativa batizada por Trump como o “Dia da Libertação”.
A intenção declarada é reequilibrar o comércio global e pressionar nações que, segundo Washington, impõem taxas excessivas aos produtos americanos.
Enquanto isso, representantes de mais de 75 países estão em contato com os departamentos norte-americanos de Comércio e Tesouro, além do USTR (Representante de Comércio dos Estados Unidos), numa tentativa de negociar termos mais favoráveis e evitar novos confrontos comerciais.
A comunidade internacional observa com preocupação a intensificação do conflito entre as duas maiores economias do mundo, temendo impactos na estabilidade dos mercados e no crescimento económico global.