O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu novamente o cenário internacional ao anunciar, nesta quarta-feira (10), uma pausa temporária de 90 dias nas tarifas recíprocas aplicadas a diversos países, desde que estes se comprometam a não retaliar os EUA. Ao mesmo tempo, ele reduziu para 10% as taxas sobre nações que ainda não chegaram a um acordo direto com Washington.
A decisão marca um recuo parcial na política tarifária agressiva iniciada em 2 de abril, quando Trump impôs uma série de tarifas contra vários parceiros comerciais — movimento que deu início à mais recente fase da guerra comercial global promovida por seu governo. Apesar do gesto de flexibilização, o presidente reforçou sua postura em relação à China, elevando as tarifas sobre produtos chineses para 125%.
“A verdade é que você precisa ter flexibilidade”, afirmou Trump ao ser questionado sobre como o recuo nas tarifas poderia afetar a confiança internacional em suas promessas. A fala reflete o estilo imprevisível do mandatário, que horas antes havia dito que não pretendia suspender nenhuma tarifa — declaração feita durante uma reunião com o premiê israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca.
A resposta chinesa veio com força: o governo de Pequim impôs uma tarifa de 84% sobre produtos importados dos EUA, escalando ainda mais as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Apesar da retórica agressiva e da nova tarifa de 125% contra a China, Trump afirmou que pretende negociar com todos os países e, por ora, não prevê novos aumentos de tarifas sobre os produtos chineses.
Com a guerra comercial em pleno andamento, a postura oscilante de Trump levanta dúvidas sobre a estabilidade das relações econômicas internacionais e o impacto de suas decisões no comércio global.