A Polícia Civil está investigando a ex-servidora da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (Seaf), Rita de Cássia Pereira do Nascimento, suspeita de ter apagado informações cruciais de computadores do órgão, relacionadas a um esquema de fraudes que pode ter causado um prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso.
A suspeita foi levantada durante a Operação Suserano, realizada pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deccor) na última terça-feira,24.
De acordo com a decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, Rita era uma pessoa de confiança da alta cúpula da Seaf e tinha notório conhecimento em informática, o que a tornaria capaz de manipular dados sensíveis.
As investigações apontam que Rita de Cássia, que ocupava um cargo comissionado, tinha acesso a documentos da Seaf, incluindo termos de fomento firmados com o Instituto de Natureza e Turismo Pronatur.
Esses termos previam a aquisição de kits agrícolas por meio de emendas parlamentares.
Um relatório da Coordenadoria da Tecnologia da Informação da Seaf indicou que Rita era a única servidora com acesso simultâneo às pastas que apresentaram exclusão de arquivos.
As investigações revelaram que a principal fornecedora desses kits, a Tupã Comércio e Representação, estaria ligada a Euzenildo Ferreira da Silva, apontado como laranja do empresário Alessandro do Nascimento, considerado um dos líderes do esquema.
A operação se baseou em um relatório de auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE), que identificou sobrepreços de até 80% nos contratos, levando ao desvio de recursos.
Rita de Cássia foi exonerada um dia após a deflagração da operação, mas sua influência na Seaf é ressaltada, já que ela foi a única servidora de confiança do ex-secretário Luluca Ribeiro, que também foi exonerado em julho, quando as suspeitas começaram a emergir.
A operação também mira outros envolvidos, incluindo ex-servidores e empresários associados ao esquema fraudulento.