A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a agressão sofrida pelo psicólogo Douglas Amorin na boate Nuun Garden, em Cuiabá, e descartou que o crime tenha sido motivado por homofobia.
O acusado, Yuri Matheus de Siqueira Matos, foi indiciado por lesão corporal leve. A investigação também isentou a boate de qualquer responsabilidade no caso.
A agressão ocorreu na madrugada de 12 de janeiro, quando Douglas relatou ter sido atacado por Yuri no banheiro da casa noturna após um desentendimento entre os dois. Segundo o psicólogo, o agressor teria dito antes do ataque:
"Vou ensinar esse veado a respeitar homem", o que levantou a suspeita de crime de homofobia.
No entanto, o delegado Flávio Stringueta, responsável pelo inquérito, afirmou que não foi possível comprovar essa motivação, já que não houve testemunhas que confirmassem a suposta fala.
“No transcorrer das investigações, não conseguimos provar que a motivação foi essa, pois não houve nenhuma testemunha dessa fala, mesmo estando outras pessoas no banheiro masculino”, declarou no relatório policial.
Em depoimento, Yuri alegou que a confusão começou porque Douglas teria tentado tocar em seu órgão genital dentro do banheiro.
O acusado também afirmou que, momentos antes da agressão, teria sido ofendido pelo psicólogo na pista da boate.
Segundo ele, Douglas o teria chamado de "filho da puta, pobre, homofóbico" e o mandado "tomar no c*", o que teria motivado o ataque. Contudo, nenhuma testemunha inquirida confirmou ter ouvido essas ofensas.
O delegado concluiu que as versões contraditórias do ocorrido tornaram impossível confirmar a denúncia de homofobia e optou por seguir o princípio jurídico "in dubio pro reo" – ou seja, na dúvida, decidiu a favor do réu. Com isso, Yuri foi indiciado apenas por lesão corporal leve, conforme o laudo pericial anexado ao processo.