Em Várzea Grande, a Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou a Operação Gota D'Água na última sexta-feira (20), resultando na prisão de vários envolvidos em um esquema de corrupção que cooptou o Departamento de Água e Esgoto (DAE).
O inquérito revelou que servidores que se recusavam a participar da organização criminosa eram ameaçados por seus colegas.
Os testemunhos indicam um ambiente de intimidação. Um caso emblemático ocorreu em maio de 2023, quando uma funcionária se recusou a atender um consumidor, resultando em represálias, incluindo pneus de seu carro furados.
Vídeos de segurança confirmaram que um dos suspeitos, Victor Hugo Mendes Assunção, estava presente no estacionamento no momento do incidente.
Outro relato preocupante envolveu o procurador-geral do DAE, Renan Domingues Barros.
Ele foi ameaçado por Alex Sandro, um servidor que exigiu R$ 7 mil por um serviço que deveria ser gratuito.
Renan, que teme por sua segurança, foi advertido por Alex em uma festa, criando um clima de medo.
A investigação aponta que os servidores, ao longo de cinco anos, causaram um prejuízo de R$ 11,3 milhões aos cofres públicos.
O esquema incluía cobranças indevidas e manipulação de dados, onde valores de serviços de saneamento eram reduzidos ou eliminados em troca de propinas.
A Justiça já emitiu mais de 100 ordens judiciais, e a Prefeitura de Várzea Grande tomou a iniciativa de intervir na gestão do DAE para restabelecer a prestação de serviços.
Entre os presos está o vereador Pablo Pereira (União), acusado de utilizar a estrutura pública para fins eleitorais.
A Operação Gota D'Água expõe a gravidade da corrupção no serviço público, evidenciando a necessidade de uma resposta firme para proteger a integridade dos serviços essenciais e a segurança dos servidores honestos.
