O secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, coronel PM César Roveri, negou qualquer possibilidade de vazamento da Operação Office Crimes – A Outra Face, que investiga o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.
A suspeita surgiu após a exoneração do policial militar Wailson Alessandro Medeiros Ramos, um dos alvos da ação, do Gabinete Militar do governador Mauro Mendes, um dia antes da deflagração da operação.
“Não há vazamentos. Quando há, é para prejudicar uma investigação. Ela foi prejudicada em quê? Suspeitos foram presos, as ordens foram cumpridas, tudo que tinha que ser feito pela Polícia Civil foi feito de forma autônoma e eficiente”, declarou Roveri.
O secretário esclareceu que Ramos, que na época do crime era integrante da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam), ingressou no Gabinete Militar apenas em janeiro de 2025 e pediu exoneração no mês seguinte.
“O motivo da exoneração tem que ser verificado no gabinete. Ele ficou lá cerca de 20, 30 dias. É um serviço de proteção, alguns não se adaptam, o que é comum na Segurança Pública”, explicou.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) divulgou nota informando que Ramos solicitou a exoneração no dia 27 de fevereiro, mas devido ao feriado de Carnaval, a publicação ocorreu apenas em 5 de março.
A pasta classificou como “irresponsáveis e mentirosas” quaisquer alegações de irregularidade.
A operação, conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), prendeu cinco suspeitos. Um sexto alvo, o policial Heron Teixeira Pena Vieira, segue foragido. Ele não foi encontrado em casa e, segundo informações repassadas à polícia, teria saído para pescar durante a madrugada.
Durante as buscas, foram apreendidas a arma utilizada no crime e a motocicleta usada na fuga do assassino.
Renato Nery, de 72 anos, foi baleado em frente ao seu escritório, chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. A DHPP aponta que a motivação do crime foi uma disputa por terras.
Na primeira fase da investigação, em novembro de 2024, a polícia cumpriu mandados de busca em Cuiabá e Primavera do Leste. As diligências visavam reunir provas contra os suspeitos, que podem responder por homicídio qualificado e organização criminosa.