O vereador Marcrean Santos (MDB) terá sua última oportunidade para apresentar defesa na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá.
O caso, que envolve denúncias graves de abuso de poder e constrangimento em um hospital público, pode levar à cassação do mandato de Marcrean.
A reunião decisiva está marcada para a próxima segunda-feira (2), às 14h.
De acordo com o relator do processo, vereador Wilson Kero Kero (PMB), todas as chances já foram dadas a Marcrean para se defender pessoalmente. “Dia 2 é o prazo ideal, nós não temos outra oportunidade. Dia 3 encerra o prazo dele”, afirmou Kero Kero.
Na quarta-feira (27), durante uma reunião da Comissão, o presidente Rodrigo Arruda e Sá (PSDB) declarou que Marcrean se comprometeu a comparecer, acompanhado de advogado e, possivelmente, testemunhas.
As denúncias contra Marcrean remetem ao incidente ocorrido em 9 de junho deste ano. Ele teria invadido a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do antigo Pronto-Socorro de Cuiabá acompanhado por seis pessoas.
Na ocasião, Marcrean teria exigido, aos gritos, informações de uma paciente, que o médico Marcus Vinicius informou serem restritas a familiares em horários específicos.
O vereador não aceitou a explicação e teria utilizado sua posição política para pressionar o médico, ameaçando denunciá-lo ao secretário municipal de Saúde.
Além disso, o vereador é acusado de mentir sobre sua identidade e constranger pacientes e profissionais de saúde. As ações resultaram em uma queixa formal no hospital e um boletim de ocorrência registrado pelo médico.
O comportamento de Marcrean ao longo do processo também gerou críticas entre os membros da Comissão de Ética.
Na semana passada, ele tentou suspender o andamento do caso e solicitou um prazo maior para preparar sua defesa, sendo concedidos apenas 10 dias. A atitude foi considerada como uma manobra para atrasar o desfecho.
Caso Marcrean falhe em apresentar sua versão dos fatos na reunião da próxima segunda-feira, a Comissão de Ética poderá tomar uma decisão sem sua defesa pessoal.
Segundo o presidente da Comissão, o objetivo é garantir um julgamento justo, mas o tempo está se esgotando.