O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), entrou com uma ação judicial contra o deputado estadual Júlio Campos (União), acusando-o de calúnia.
A disputa, que ganha contornos de batalha política, envolve a divulgação de um vídeo pelo deputado em grupos de WhatsApp, abordando um episódio de suposta violência doméstica relacionado a Pivetta.
O caso, que já havia sido arquivado pela Justiça por falta de provas, foi utilizado como munição política durante o segundo turno das eleições municipais de Cuiabá em 2024.
Na ação, protocolada na 11ª Vara Cível de Cuiabá, Pivetta exige uma indenização de R$ 50 mil por danos morais.
Ele acusa Júlio Campos de agir com má-fé ao “ressuscitar” um caso encerrado, fabricando uma narrativa que, segundo o vice-governador, teria como objetivo macular sua honra e imagem pública. "A disseminação do conteúdo em questão revela uma clara intenção de macular a reputação do autor", diz um trecho do documento judicial.
O vídeo divulgado pelo deputado continha trechos de um programa televisivo que abordava a acusação de violência contra a ex-companheira de Pivetta em Santa Catarina. O episódio foi arquivado por falta de elementos probatórios.
No entanto, o conteúdo foi reaproveitado por Campos, que o teria utilizado para desmoralizar o vice-governador após Pivetta declarar apoio ao então candidato Abilio Brunini (PL), adversário de Lúdio Cabral (PT), a quem o deputado supostamente apoiava.
Pivetta reforça que o caso foi analisado e encerrado tanto pela Justiça de Mato Grosso quanto pela de Santa Catarina, com aval do Ministério Público.
Ainda assim, Campos teria divulgado o material como se o vice-governador ainda fosse investigado, numa tentativa de criar desconfiança entre eleitores.
"O réu buscou, em revide, arranhar a imagem do autor ao trazer novamente a público uma acusação da qual ele foi inocentado, tentando criar um estado de ânimo nos interlocutores de que o atual vice-governador é um criminoso”, diz outro trecho da ação.
O episódio ocorre em um contexto de troca de farpas políticas, com Campos tentando reagir a críticas de Pivetta durante o período eleitoral.
O caso agora aguarda análise judicial, com mais um capítulo polêmico envolvendo figuras de destaque da política mato-grossense.