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BRASIL Quarta-feira, 16 de Abril de 2025, 08:44 - A | A

Quarta-feira, 16 de Abril de 2025, 08h:44 - A | A

GÊNERO/IDENTIDADE

Erika Hilton recusa visto dos EUA com gênero masculino

A deputada cobrou uma reação do Ministério das Relações Exteriores brasileiro

 

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras parlamentares trans da história da Câmara dos Deputados, cancelou sua participação na Brazil Conference at Harvard & MIT 2025 após receber um visto de entrada para os Estados Unidos com o gênero registrado como masculino. O evento acontece nesta semana em Cambridge, Massachusetts.

Convidada oficialmente para representar o Brasil, Erika havia recebido autorização da presidência da Câmara para participar da missão. No entanto, ao receber o visto emitido em 3 de abril, sua equipe foi surpreendida com a classificação de gênero incompatível com sua identidade, mesmo sem qualquer informação nesse sentido fornecida pela deputada durante o processo de solicitação.

Segundo a assessoria, o trâmite enfrentou dificuldades desde o início, com orientações iniciais para que fosse solicitado um visto de turista, mesmo diante da natureza oficial da viagem. Apesar da regularização posterior, o documento foi emitido com a designação de gênero equivocada. Em 2023, Erika já havia recebido um visto semelhante com seu gênero corretamente reconhecido.

A equipe jurídica da parlamentar reconhece que o visto é um ato soberano do governo americano e, portanto, não há mecanismos legais para contestação formal. Diante disso, Erika optou por não utilizar o documento e denunciar o episódio como um ato de violência institucional.

“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, afirmou Hilton. Ela também classificou o caso como “uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano”.

A deputada cobrou uma reação do Ministério das Relações Exteriores brasileiro: “Quando praticada nos Estados Unidos, ainda pede uma resposta das autoridades e do Poder Judiciário americano. Mas quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty”.

Até o momento, não houve pronunciamento oficial do governo brasileiro ou da embaixada dos Estados Unidos sobre o caso.

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