Midianews
Na tarde de terça-feira (8), a forte chuva que atingiu Cuiabá voltou a colocar em xeque a estrutura provisória do Shopping Popular, ainda em fase de recuperação após o incêndio devastador de julho de 2024.
Desta vez, o problema veio da água: cerca de 60 centímetros de inundação atingiram boa parte do camelódromo, afetando mais de 30% das bancas, segundo informou o presidente da associação dos comerciantes, Misael Galvão.
Comerciantes ainda contabilizam os prejuízos, mas alguns já estimam perdas de até R$ 15 mil. É o caso de Jô Neves, que atua no local há 15 anos e perdeu grande parte do seu estoque de perfumes importados.
“A água estava até em cima. Tenho Mont Blanc, Dior, Sauvage... Só em perfume, perdi uns R$ 15 mil”, lamentou.
Além dos cosméticos, itens como roupas de banho e pelúcias também foram danificados.
“Vou tentar lavar e salvar o que der. Mas se manchou, não tem o que fazer”, afirmou a comerciante. O trauma ainda é recente e a estratégia agora é adaptar o estoque: “Na parte de baixo, só produtos de plástico. Foi mais uma lição”, completou.
José Cordeiro, vendedor de produtos automotivos, destacou a falta de aviso prévio sobre o risco de alagamento.
“Se alguém tivesse alertado, dava tempo de salvar muita coisa. Não sei nem o que é recomeço mais, está traumático”, disse.
Apesar do susto, nem todos tiveram prejuízos significativos. Daniele Polet, que vende acessórios para telemóveis, perdeu apenas embalagens.
Já Jaqueline Araújo, dona de uma loja de eletrónicos, classificou o episódio como um susto, mas minimizou os danos.
“Está bagunçado, mas perder tudo é exagero. Foi algo rápido, e só as áreas mais baixas foram afetadas.”
O presidente Misael Galvão relembrou que o local está em estrutura provisória e destacou que, há 10 anos, o Shopping Popular não sofria com alagamentos.
Ele reforçou a orientação para que os comerciantes mantenham os produtos a, no mínimo, 50 centímetros do chão, enquanto não se concretizam as melhorias na drenagem da área, considerada uma das mais baixas de Cuiabá.
O episódio reforça o cenário de instabilidade e insegurança vivido pelos comerciantes, que desde o incêndio de 2024 seguem tentando reerguer seus negócios. “Estamos todos num barco só, recomeçando e ressurgindo das cinzas”, afirmou Galvão.
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