Câmeras de segurança registraram a cena trágica que marcou a noite da última quarta-feira (9), em Cuiabá. A moradora de rua Cleia Lina dos Reis, de 44 anos, morreu atropelada por uma carreta na Rua Comandante Suídio, na região do Porto, em frente à loja Flamboyant.

O acidente aconteceu às 20h51, quando Cleia andava entre os carros parados no semáforo, como costumava fazer, pedindo ajuda. As imagens mostram que, em determinado momento, ela tenta atravessar a via bem em frente à cabine da carreta — no exato ponto cego do condutor. Quando o semáforo abre, o veículo arranca e acaba passando por cima da vítima, que foi arrastada e teve o corpo esmagado.

O motorista seguiu o trajeto sem perceber o atropelamento. Segundo o boletim de ocorrência, ele só foi localizado mais tarde, na garagem da empresa onde trabalha. À polícia, afirmou que não viu a mulher atravessar. Ele foi submetido ao teste do bafômetro, que apontou negativo para ingestão de álcool.

Cleia, como tantas outras pessoas em situação de rua, vivia de doações, improvisando sua sobrevivência em meio ao caos urbano. Sua morte escancara, mais uma vez, a invisibilidade social que atinge os mais vulneráveis. Ela morreu porque ninguém a viu – nem quando estava viva, nem no momento do atropelamento.

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