O presidente da Argentina, Javier Milei, não comparecerá à cúpula do Mercosul em 8 de julho, em Assunção, onde teria a oportunidade de encontrar seu contraparte brasileiro e nêmesis ideológico, Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi confirmada por seu porta-voz, Manuel Adorni, nesta segunda-feira (1º). Enquanto isso, Milei está considerando se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em coletiva de imprensa, Adorni explicou que "por questões de agenda", Milei não irá à cúpula do Mercosul como inicialmente previsto. A chanceler Diana Mondino representará o líder "liberal libertário", como ele se define, no fórum semestral de presidentes do bloco comercial que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O anúncio veio após uma semana conturbada, onde Milei chamou Lula de "esquerdista" com "ego inflamado" e se recusou a pedir desculpas, apesar do pedido do presidente brasileiro. Antes de assumir a presidência, Milei havia acusado Lula de ser "corrupto" e um "esquerdista selvagem".

Diante das especulações da imprensa de que Milei estaria evitando um encontro cara a cara com Lula, Adorni garantiu que o presidente "jamais deixaria de participar de uma atividade por seus próprios comentários".

Paralelamente, o porta-voz informou que Milei viajará ao Brasil no sábado e retornará no domingo, um dia antes da cúpula no Paraguai. O motivo da viagem não foi especificado, e Adorni mencionou que "não está confirmado se ele vai se encontrar com Bolsonaro".

Na semana passada, Lula afirmou que não será Milei a criar uma "cizânia" entre os países vizinhos, membros do Mercosul e importantes parceiros comerciais.

Esta decisão de Milei de não participar da cúpula adiciona uma camada extra de tensão às já complicadas relações entre os líderes sul-americanos, especialmente no contexto das trocas acaloradas de acusações entre ele e Lula.