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MUNDO Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024, 10:35 - A | A

Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024, 10h:35 - A | A

PELA 1ª VEZ

Rússia dispara míssil balístico intercontinental contra Ucrânia

A informação foi confirmada pela Força Aérea ucraniana

 

Nesta quinta-feira (21), a Rússia disparou um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia, marcando o primeiro uso de um míssil de longo alcance e capacidade nuclear no contexto do conflito iniciado em 2022. A informação foi confirmada pela Força Aérea ucraniana.

 

O ataque ocorreu de madrugada, com o míssil sendo lançado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, e tendo como destino a cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, distante aproximadamente 1.000 km. A Força Aérea ucraniana informou que o alvo da ofensiva foram empresas e infraestrutura crítica na cidade.

 

De acordo com o governador regional de Dnipro, Serhiy Lysak, o ataque causou danos em uma instalação industrial e provocou incêndios na área. Duas pessoas ficaram feridas no incidente.

 

O míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) é projetado para atingir alvos a distâncias superiores a 5.600 km e pode ser equipado com ogivas nucleares. A Rússia, os Estados Unidos e a China são os únicos países conhecidos por possuírem esse tipo de armamento. No entanto, fontes da Força Aérea ucraniana afirmaram à agência AFP que o míssil lançado pela Rússia não carregava uma ogiva nuclear.

 

Em resposta ao ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou fortemente o líder russo Vladimir Putin, chamando-o de "maluco" e acusando-o de desdém pela vida humana. "Hoje, nosso insano vizinho mais uma vez revelou sua verdadeira natureza: seu desdém pela dignidade, pela liberdade e pela própria vida humana", afirmou Zelensky. "As investigações estão em andamento sobre o novo míssil russo, que parece ter capacidades balísticas intercontinentais."

 

O uso do míssil intercontinental ocorre após a Ucrânia realizar ataques dentro da Rússia com mísseis fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, incluindo os mísseis ATACMS e Storm Shadow, que têm alcances de até 300 km. Moscou havia alertado que tal ação seria considerada uma escalada significativa. Além do ICBM, a Rússia também lançou um míssil hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro Kh-101, dos quais seis foram interceptados pelas defesas aéreas ucranianas.

 

Até a última atualização desta reportagem, o governo russo não se pronunciou oficialmente sobre o lançamento do míssil. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi questionado sobre o assunto, mas se absteve de comentar.

 

Especialistas internacionais expressaram surpresa com o uso do ICBM. Andrey Baklitskiy, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, destacou que, se confirmado, seria o primeiro uso militar real de um míssil balístico intercontinental. "Não que faça muito sentido, dado seu preço e precisão", afirmou Baklitskiy.

 

A consultoria de defesa ucraniana Defense Express também levantou dúvidas sobre se os Estados Unidos, principal aliado da Ucrânia, foram informados sobre o lançamento do míssil antes de sua realização. A consulta é importante para evitar a ativação de sistemas de alerta de mísseis e possíveis respostas militares.

 

O especialista em segurança alemão Ulrich Kuehn ressaltou a gravidade do ataque, postando em redes sociais: "Parece que a Rússia usou hoje pela primeira vez na história um míssil balístico intercontinental em uma guerra, contra o alvo civil Dnipro."

 
 
 
 

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