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MUNDO Terça-feira, 17 de Setembro de 2024, 15:41 - A | A

Terça-feira, 17 de Setembro de 2024, 15h:41 - A | A

TENSÃO

Série de explosões de pagers deixam diversos mortos e feridos

O grupo político-militar e membros do próprio governo do Líbano acusaram Israel pelo ataque, que ainda não se pronunciou oficialmente.

TBN

 

Uma série de explosões quase simultâneas de pagers, dispositivos eletrônicos usados para a recepção de alertas e mensagens curtas, resultou em nove mortos e mais de 2.800 feridos no Líbano. Entre as vítimas estão pelo menos uma menina de oito anos e centenas de integrantes do Hezbollah. O grupo político-militar e membros do próprio governo do Líbano acusaram Israel pelo ataque, que ainda não se pronunciou oficialmente.

 

Os números foram confirmados pelo ministro da Saúde do Líbano, Firas Abiad, durante uma entrevista coletiva em Beirute. Ele relatou que as salas de emergência estão lotadas e fez um apelo à população para doação de sangue. Em dois comunicados, o Hezbollah afirmou que por volta das 15h30 (9h30 no horário de Brasília), “equipamentos de recepção de mensagens conhecidos como pagers explodiram, pertencentes a trabalhadores em várias unidades e instituições do grupo”, acusando diretamente Israel.

 

 

Após examinar os fatos e informações disponíveis sobre o ataque, o Hezbollah considerou o inimigo israelense totalmente responsável pela agressão criminosa, que também afetou civis, resultando em várias mortes e feridos. O grupo confirmou que o líder Hassan Nasrallah não se feriu, mas o embaixador do Irã no país, Mojtaba Amani, sofreu ferimentos leves.

 

Em declaração conjunta, o conselho de ministros do Líbano denunciou veementemente a “agressão criminosa israelense”, que representa uma violação significativa da segurança e soberania libanesa. A Chancelaria condenou o que chamou de “grave e deliberada escalada israelense” e prometeu levar o incidente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, tratou-se de um episódio “muito preocupante” ocorrido em um momento “muito volátil”.

 

 

As explosões ocorreram principalmente em áreas do sul do Líbano, base de operações do Hezbollah, e provocaram cortes em pernas, amputações de dedos e outros ferimentos. Entre as vítimas estão os filhos de dois deputados do Hezbollah, Ali Ammar e Hassan Fadlallah, e uma menina de oito anos. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos também relatou explosões na Síria, onde o Hezbollah opera, deixando ao menos 14 feridos.

 

Um integrante do Hezbollah afirmou que os aparelhos que explodiram faziam parte de um carregamento recente recebido pelo grupo. Pouco antes das explosões, os pagers esquantaram rapidamente e algumas pessoas conseguiram jogá-los longe. Para o analista militar Elijah Magnier, um ataque deste tipo, com a explosão simultânea de centenas de pagers, é possível, mas os aparelhos precisariam ter explosivos na sua origem. Ele destaca que essa é a maior falha de segurança da organização desde o início dos confrontos com Israel.

 


 

Populares até os anos 2000, os pagers são pequenos aparelhos que usam sinais de rádio para receber alertas e pequenas mensagens. Considerados mais seguros e confiáveis do que celulares, os pagers são amplamente usados por profissionais da saúde e de serviços de emergência, bem como pelo Hezbollah por questões estratégicas. Seu uso foi expandido desde o início da guerra em Gaza, a pedido de Hassan Nasrallah.

 

Horas antes das explosões, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a expansão de seus objetivos na guerra em Gaza. Agora, a meta é o retorno dos moradores do norte de Israel, na divisa com o Líbano, que deixaram suas casas após o início das hostilidades. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que a ação militar é a “única maneira para garantir o retorno das comunidades”.

 

 

A ampliação da guerra para o Líbano é um risco desde o início da ofensiva militar no enclave palestino. As palavras de Netanyahu, a mudança de planos do comando militar e o possível papel nas explosões dos pagers indicam novos e perigosos tempos no conflito. Até o momento, Israel não se pronunciou, mas líderes do país foram convocados para discutir a situação. Portos e aeroportos tiveram segurança reforçada, e há um movimento de reforço de posições no norte de Israel.

 

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