O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar sobre a morte de Gilmar Machado da Costa, apontado como membro do Comando Vermelho, contradiz a versão apresentada por sua esposa, Elizane Campos. Em vídeo, Elizane afirmou que Gilmar não estava armado e não reagiu à abordagem. No entanto, o relato da PM aponta que a mulher se identificou como ex-esposa dele e que Gilmar estava trancado em um quarto da casa, de onde teria disparado contra os policiais.

Gilmar foi morto a tiros durante a Operação Acqua Ilicita, deflagrada nesta quinta-feira (20). De acordo com o boletim de ocorrência ao qual a reportagem teve acesso, a equipe policial chegou ao local por volta das 6h15 e chamou os moradores, sem obter resposta. Em determinado momento, os agentes visualizaram um pacote sendo arremessado do segundo andar da residência para um terreno vizinho. Ao verificarem o conteúdo, encontraram R$ 16,4 mil em espécie.

A Polícia Militar participava da operação como parte da força-tarefa responsável pelo cumprimento do mandado de prisão contra Gilmar, que era alvo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Ao entrarem na residência, os policiais encontraram diversas pessoas e questionaram sobre o paradeiro de Gilmar. Segundo a PM, Elizane afirmou que ele não estava na casa e que os dois haviam encerrado o relacionamento. No entanto, durante as buscas, os agentes ouviram barulhos vindos de um dos quartos.

A equipe tentou abrir a porta do cômodo, mas encontrou resistência devido a um bloqueio improvisado com uma esteira de exercícios. Diante da recusa de Gilmar em abrir a porta, os policiais a arrombaram.

Segundo o boletim, ao entrar no quarto, um dos militares foi surpreendido por disparos de arma de fogo. Os policiais afirmam que revidaram e ordenaram que Gilmar largasse a arma, mas ele teria disparado novamente, sendo então alvejado.

Mesmo ferido, Gilmar ainda estava com vida quando uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada. No entanto, ele morreu após ser encaminhado a uma unidade médica. A PM informou que ele portava uma pistola calibre .380 no momento do confronto.

Posicionamento da Polícia Militar

Sobre as acusações feitas por Elizane Campos, a Polícia Militar reforçou que todo confronto policial é investigado e afirmou que, caso a denúncia da esposa seja formalizada na Corregedoria-Geral, o caso também será apurado.

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