A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar Débora Rodrigues a 14 anos de prisão provocou intensas reações no meio jurídico e político.
O jornal O Estado de S. Paulo classificou a sentença como um "exagero que desmoraliza o Judiciário", questionando a necessidade de um julgamento na mais alta Corte do país para um caso de pichação com batom.
Débora ganhou notoriedade por escrever a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, localizada em frente ao prédio do STF, durante os atos de 8 de janeiro de 2023.
A expressão havia sido usada anteriormente pelo ministro Luís Roberto Barroso para responder a um manifestante em Nova York, tornando-se um símbolo de embates políticos no país.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enquadrou a ação de Débora como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.
A sentença gerou indignação entre diversas figuras públicas. O pastor Silas Malafaia criticou duramente a decisão, alegando que o STF "protege corruptos e persegue cidadãos comuns". O ex-deputado Deltan Dallagnol apontou a disparidade entre a condenação de Débora e a impunidade de criminosos envolvidos em esquemas financeiros milionários.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também se manifestou, lamentando a pena aplicada à cabeleireira e sugerindo que o Congresso Nacional deveria intervir.
O caso reabriu o debate sobre a atuação do STF em julgamentos de manifestantes e o equilíbrio entre punição e liberdade de expressão.
Enquanto aliados do governo defendem a decisão como um exemplo de rigor contra atos antidemocráticos, críticos veem na sentença uma demonstração de excessos do Judiciário.
A discussão promete se estender nos próximos dias, aumentando a polarização política em torno do caso.