Allan Mesquita: Gazeta Digital
A juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), autorizou uma série de medidas para aprofundar as investigações sobre a morte do advogado Renato Nery, ocorrida em junho de 2024.
Entre as ações, estão a quebra do sigilo telefônico dos policiais militares suspeitos, a realização de perícia nos celulares deles e buscas no batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam).
A decisão inclui ainda a decretação de nova prisão temporária dos militares Leandro Cardoso, Wailson Alesandro Medeiros Ramos, Jorge Rodrigo Martins e Wercerlley Benevides de Oliveira.
Segundo a investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), há indícios de que os agentes teriam forjado um confronto para justificar a posse da arma utilizada no crime, tentando associá-la a supostos criminosos.
Os autos do processo apontam que a vítima de um roubo relatou que apenas um dos suspeitos estava armado, enquanto um adolescente confessou a prática do crime, mas afirmou ter usado apenas uma réplica de arma de fogo.
Além disso, o laudo pericial confirmou que as munições utilizadas no homicídio pertencem à Polícia Militar, fortalecendo a tese da participação dos agentes no crime.
A busca e apreensão no batalhão da Rotam, determinada pela magistrada, será acompanhada pela Corregedoria-Geral da PM.
O objetivo é obter informações como a escala de plantão dos militares em julho de 2024, as viaturas utilizadas e seus destinos.
Com relação à perícia nos celulares dos policiais, a juíza determinou que apenas dados relevantes para a investigação sejam analisados, proibindo o uso de informações para outros fins.
Além disso, buscas foram autorizadas nas residências dos envolvidos.
O caso segue sob investigação, e as novas diligências poderão esclarecer o papel dos militares na morte de Renato Nery.