O delegado Ronaldo Minori, responsável pelo plantão regionalizado da Polícia Civil em Juína, classificou como “o homicídio mais covarde” que já enfrentou em sua carreira na região Noroeste de Mato Grosso o assassinato de Claudemir Sá Ribeiro, de 35 anos, morto com um tiro à queima-roupa no último sábado (23), em Colniza. O autor do crime é Elias Ribeiro da Silva, subtenente da Polícia Militar aposentado e diretor do Colégio Militar da cidade.
De acordo com a investigação, Claudemir estava sentado em um bar com o irmão e um amigo, quando Elias, visivelmente embriagado, se revoltou após mulheres que o acompanhavam deixarem sua mesa e passarem a interagir com o grupo da vítima. Irritado, o suspeito começou a afirmar que havia “perdido para integrantes de facção criminosa” e fez ameaças, mesmo sem qualquer provocação ou sinal de confronto.
“Pelos vídeos que a gente juntou, não houve nenhuma ameaça à integridade física do Elias. Os três rapazes permanecem bastante quietos nas filmagens. O Elias saca sua arma de fogo e desfere o disparo à queima-roupa. Foi uma execução. Um crime sem fundamento, sem motivação. Uma atitude completamente covarde”, disse o delegado.
Após o disparo, o acusado permaneceu no local, fez novas ameaças e foi preso em casa horas depois pela Polícia Civil com apoio da PM. A arma usada no crime foi apreendida. Testemunhas, gravações e o relato do irmão da vítima confirmaram a ausência de qualquer ligação entre Claudemir e grupos criminosos, como alegado pelo autor.
“O homicídio não teve fundamento nenhum. A vítima não provocou, não ameaçou. Eu posso afirmar categoricamente que foi o homicídio mais covarde que já lidei nesses três anos que atuo aqui no Noroeste de Mato Grosso”, reforçou Minori.
Elias foi autuado em flagrante por homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil e por impossibilitar qualquer chance de defesa da vítima. O inquérito segue sob responsabilidade da Polícia Civil.