No último domingo (23), o programa Domingo Espetacular da Record revelou detalhes da investigação sobre o assassinato do advogado Cássio Bruno Barroso, morto a tiros em frente ao seu escritório em Rio Verde, Goiás. O caso, que envolveu uma disputa judicial por uma fazenda no Mato Grosso avaliada em R$ 100 milhões, ganhou novos contornos com as conclusões da Polícia Civil de Goiás.
Cássio Bruno, especialista em causas agrárias, foi executado no dia 3 de outubro de 2024, enquanto conversava ao telefone. O crime ocorreu na Avenida Eurico Veloso do Carmo, no Jardim Adriana, e ele foi atingido por cinco tiros nas costas. A investigação, liderada pelo delegado Adelson Candeo, revelou que o assassinato foi cuidadosamente planejado por mais de um ano, e que o mandante do crime estava diretamente envolvido na disputa pela fazenda.
De acordo com a polícia, o advogado havia adquirido a propriedade, mas ela estava sendo ocupada ilegalmente pelo suspeito desde 2006. O caso gerou uma ação de reintegração de posse movida por Cássio Bruno, que ainda estava em andamento quando ele foi assassinado. A fazenda, localizada no Mato Grosso, é avaliada em R$ 100 milhões.
A investigação identificou oito pessoas envolvidas no planejamento e execução do homicídio, que utilizaram drones e rastreadores veiculares para monitorar a rotina do advogado. O grupo também havia planejado um ataque contra outro advogado envolvido na mesma disputa. Todos os envolvidos já foram identificados e tiveram mandados de prisão cumpridos. A polícia informou que os bens do mandante e dos executores foram sequestrados, e que há possibilidade de reparação financeira para as vítimas do crime.
O caso remonta a outros exemplos de disputas violentas por propriedades, como o famoso caso de Roberto Nery e Renato Zampieri, em que disputas de terras também resultaram em tragédias e intensificaram a violência em regiões agrícolas do Brasil. Assim como o caso de Cássio Bruno, a violência em disputas agrárias tem se tornado uma preocupação crescente em áreas rurais do país.
A morte de Cássio Bruno levanta questões sobre a segurança de profissionais da área jurídica, especialmente aqueles envolvidos em conflitos agrários, que frequentemente enfrentam riscos elevados devido à natureza de suas causas. O caso segue sob investigação, e a Polícia Civil de Goiás prometeu continuar a busca por justiça para as vítimas dessa tragédia.