A Igreja Católica Divino Espírito Santo, localizada em Peixoto de Azevedo (672 km de Cuiabá), foi alvo de vandalismo na madrugada de quarta-feira (12.02). O templo religioso foi invadido e teve vidros quebrados, imagens sacras destruídas e objetos litúrgicos espalhados pelo chão. Nenhum item foi furtado, o que leva o padre responsável a acreditar que se trata de um ato de perseguição religiosa.
O episódio foi o segundo ataque sofrido pela igreja em menos de uma semana. No domingo (9), a paróquia já havia sido alvo de invasão e depredação. Em ambas as ocasiões, o sacrário foi derrubado e hóstias consagradas foram jogadas ao chão, um ato considerado de extrema gravidade pela comunidade católica.
De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para investigar o caso. No local, os agentes constataram janelas quebradas, gavetas reviradas e o vidro traseiro da caminhonete da igreja estilhaçado. Apesar da destruição, um malote contendo cédulas de R$ 100 que estava no veículo não foi levado, reforçando a hipótese de que o crime não tinha motivação financeira.
A perícia oficial da Politec esteve no local para coletar evidências e auxiliar nas investigações conduzidas pela Polícia Civil. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.
O padre José Roberto, responsável pela paróquia, classificou os ataques como uma afronta à fé católica e expressou indignação diante da recorrência dos episódios.
“Mais uma vez fomos agredidos na nossa fé. Não só mexeram nas hóstias, mas também derrubaram o sacrário. O que vemos é uma retaliação contra nossa crença. Em menos de uma semana, fomos atacados duas vezes”, lamentou o sacerdote.
O religioso já havia sido vítima de um atentado grave em abril do ano passado, quando sobreviveu a uma chacina no município. Na ocasião, uma mãe e seu filho invadiram uma residência onde o padre e outras oito pessoas estavam reunidas, disparando tiros contra os presentes. Duas pessoas morreram e José Roberto foi baleado na mão.
Além dos danos ao patrimônio, os fiéis da Igreja Divino Espírito Santo demonstram preocupação com a repetição dos ataques. Para o padre, o impacto emocional e espiritual é ainda mais significativo que as perdas materiais.
“Pior que os estragos físicos, é a tristeza e a indignação por esse ataque covarde à nossa fé. A eucaristia é o centro de nossa vida litúrgica. Vê-la profanada causa grande dor para nós”, afirmou.