Repórtermt
O delegado Nilson Farias, responsável pelo caso da morte de Vitória Camily Carvalho Silva, de 22 anos, descartou a versão de seu ex-namorado, Helder Lopes de Araújo, de 23 anos, de que teria matado a vítima devido a um aborto.
Em entrevista, Farias afirmou que a principal hipótese para o crime é o feminicídio, motivado pela incapacidade do assassino em aceitar o fim do relacionamento.
O crime ocorreu na noite de sábado (15), em Várzea Grande, quando Helder invadiu a casa de Vitória e a executou com tiros na cabeça e no tórax.
Mesmo após saber que a vítima havia perdido um filho dele meses antes, o casal havia continuado junto, mas o assassino não aceitou o afastamento recente, especialmente após ela mudar de residência e viajar com amigas.
Em sua primeira versão, Helder afirmou ser membro de facção criminosa e alegou que o término o deixaria “queimado” entre os outros integrantes. No entanto, após ser preso tentando fugir para o Mato Grosso do Sul, ele alterou seu depoimento, passando a afirmar que o motivo para o crime teria sido o aborto.
O delegado rejeitou essa explicação, afirmando que a motivação verdadeira estava no comportamento possessivo de Helder, que não aceitava o fim do relacionamento.
Além disso, Farias refutou a alegação de que o aborto seria a principal causa, pois o ex-namorado tentou matar uma amiga de Vitória, o que indicaria que a raiva estava relacionada ao término do relacionamento, e não ao fato ocorrido meses antes.
O caso, que envolveu um ataque brutal, é um exemplo claro de feminicídio, onde o agressor se sente no direito de controlar a vida da vítima, chegando ao ponto de tirá-la por não aceitar sua autonomia e escolhas.