Na esperança de conquistar a casa própria, o autônomo V.I.F., 30, decidiu investir R$ 100 mil ao longo de um ano com Taiza Tossat Eleotério da Silva, dona da DT Investimentos, que foi presa pela Polícia Civil na última quinta-feira,31, em Sinop, suspeita de comandar um esquema de pirâmide financeira.
"Esse dinheiro era o que eu tinha para comprar minha casa própria. Isso me afetou de todas as formas negativas possíveis, porque foi toda a minha renda de anos, que eu guardei para garantir o meu futuro," desabafou V.I.F. “Quando conheci eles, pensei que era uma forma de adiantar esse sonho… Fiquei muito abalado.”
Atualmente, ele vive com a filha de três anos em uma quitinete, e a perda financeira abalou profundamente sua vida. "Esse dinheiro faria uma grande diferença para mim," afirmou.
A operação que prendeu Taiza foi conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor em Cuiabá, conhecida como Operação Cleópatra.
Além de Taiza, seu ex-marido, o policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, e o cirurgião-geral Diego Rodrigues Flores também estão sob investigação.
O esquema começou quando V.I.F. foi apresentado a Taiza e ao então marido, o policial federal, em uma festa de amigos.
Com promessas de retorno mensal de 5%, V.I.F. acreditou na credibilidade da empresária e seus parceiros, inicialmente investindo R$ 15 mil e, em pouco tempo, aumentando o aporte para R$ 100 mil, quantia acumulada ao longo de uma década.
"Eu investia o dinheiro que ganhava novamente, sem retirar os rendimentos. Quando percebi que era golpe, já estava com grande parte da minha economia envolvida," relatou V.I.F.
Ele conta que tanto o médico Diego Flores quanto o ex-policial federal o incentivaram a investir.
A confiança do autônomo foi reforçada pelas promessas de Taiza, que sabia dos planos do cliente para adquirir uma casa para ele e sua filha.
"Ela sabia do sonho da minha casa e me incentivava a continuar investindo," revelou. No entanto, após várias promessas de pagamento, Taiza só realizou um depósito de R$ 5 mil antes de desaparecer.
Diante da perda, V.I.F. e um amigo entraram com ações judiciais contra Taiza e seus sócios. Apesar disso, ele se mostra descrente sobre a recuperação do dinheiro. "Acho que, se depender das leis, ela vai sair e curtir a vida com o que pegou de nós," lamentou.
A investigação contra Taiza Tossat Eleotério da Silva e seus sócios continua.