Uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso resultou, esta terça-feira (15), na prisão de dois suspeitos envolvidos num esquema fraudulento de venda de terrenos públicos na cidade de Alto Boa Vista. Entre os detidos estão um servidor público e um engenheiro com vínculo à administração local.
A investigação aponta para desvios superiores a R$ 10 milhões, obtidos por meio da comercialização irregular de lotes pertencentes ao município.
Batizada de “Operação Spurious – Lote Falso”, a ação foi desencadeada após uma série de denúncias por parte de cidadãos que relataram ter sido enganados na aquisição de imóveis.
Os compradores acreditavam estar a adquirir terrenos de forma legítima, mas os pagamentos eram direcionados a contas pessoais dos investigados, ao mesmo tempo que os documentos fiscais e registros imobiliários eram manipulados.
Conduzida pela Delegacia de Polícia de Alto Boa Vista, a investigação revelou práticas como fraude fundiária e tributária, além de suspeitas de peculato e corrupção.
Ao menos cem pessoas foram prejudicadas pelo esquema, que envolvia também falsificações no sistema de escrituração de imóveis.
O delegado responsável pelo caso, Ivan Albuquerque, destacou que os suspeitos apresentavam um padrão de vida incompatível com os seus rendimentos, o que levou à abertura de uma investigação patrimonial.
Segundo ele, o enriquecimento ilícito dos envolvidos ultrapassava R$ 5 milhões, reforçando os indícios de uma operação criminosa bem estruturada dentro da administração pública.
A Polícia Civil contou com o apoio de diferentes órgãos estaduais para executar os mandados de prisão preventiva e aprofundar as diligências.
A cooperação entre entidades públicas foi considerada essencial para desmontar a rede de corrupção instalada na prefeitura.
“Ao avançarmos contra este tipo de esquema, enviamos uma mensagem clara de que o uso indevido do património público não ficará impune. Esta operação é uma resposta concreta da justiça à sociedade”, afirmou o delegado.
A operação segue em andamento, e novas fases não estão descartadas, já que as autoridades continuam a apurar se há mais envolvidos ou vítimas ainda não identificadas.