Em uma nova fase da Operação Office Crime O Elo, deflagrada na terça-feira (8) pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Cuiabá, o policial militar Jackson Pereira Barbosa tornou-se alvo de investigação por supostamente intermediar o homicídio do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024.
A ação aconteceu em Primavera do Leste, a 234 km da capital, e resultou na apreensão do celular do PM, que pode conter provas cruciais para o caso.
Jackson, que não foi encontrado em casa no Condomínio Cidade Jardim, foi localizado pelos agentes numa academia onde costuma treinar.
O mesmo condomínio de alto padrão abriga o casal de empresários César Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos, que já havia sido alvo da operação em outubro do ano passado.
Segundo as investigações, Nery enfrentava uma disputa judicial com os empresários envolvendo dois imóveis avaliados em R$ 30 milhões no município de Novo São Joaquim, recebidos pelo advogado como pagamento por honorários.
A morte de Nery, que presidiu a OAB-MT, ocorreu no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.
Ele foi baleado na cabeça e, apesar de socorrido com vida e submetido a cirurgias no Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, não resistiu aos ferimentos, falecendo no dia seguinte.
A operação também revelou conexões entre Jackson Barbosa e o ex-integrante do Batalhão Rotam, Heron Teixeira Pena Vieira, atualmente preso por envolvimento direto no assassinato de Nery.
Ambos foram denunciados pelo Ministério Público Estadual na Operação Simulacrum, que investigou um grupo de extermínio formado por 50 PMs.
O grupo é acusado de forjar confrontos que resultaram em dezenas de mortes entre 2017 e 2020, com o objetivo de autopromoção.
Em uma dessas ações, em 2017, Jackson, Heron e outros 13 policiais teriam simulado um confronto na região do Rodoanel, em Cuiabá, culminando na execução de três pessoas.
O histórico violento e os novos indícios reforçam as suspeitas do envolvimento de Jackson na morte do advogado, cuja motivação pode estar ligada aos litígios judiciais envolvendo altos valores e acusações de má-fé processual.
A investigação segue em andamento com a expectativa de que o material apreendido traga novos desdobramentos.