A Polícia Judiciária Civil (PJC) deflagrou, nesta quinta-feira (27), a Operação Safe Truck para desarticular uma quadrilha especializada no furto de módulos eletrônicos de caminhões em Mato Grosso.

 

Segundo as investigações, o grupo criminoso fez pelo menos 120 vítimas desde 2021, podendo haver mais casos não registrados.

 

Com a revenda dos equipamentos no mercado clandestino, a organização movimentou cerca de R$ 60 milhões.

 

Os crimes ocorriam durante a madrugada, quando os caminhoneiros paravam para descansar em postos de combustíveis.

 

Em poucos minutos, os ladrões retiravam os módulos e fugiam, dificultando a identificação dos responsáveis. Peças que no mercado legal custam entre R$ 80 mil e R$ 100 mil eram revendidas clandestinamente por valores entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.

 

O delegado Romildo Nogueira, responsável pela investigação, explicou que os furtos aconteciam principalmente em cidades como Campo Verde, Rondonópolis e Sinop, com os criminosos fugindo para Cuiabá após a ação.

 

“Os motoristas só percebiam o crime quando tentavam dar partida no caminhão pela manhã”, detalhou Nogueira em entrevista coletiva.

 

O impacto dos furtos era significativo para o transporte de mercadorias, já que os veículos ficavam parados até que novos módulos fossem adquiridos.

 

Em alguns casos, as próprias vítimas chegaram a comprar suas peças furtadas sem saber. “Uma perícia revelou que um caminhoneiro comprou exatamente o mesmo módulo que havia sido retirado do seu veículo dias antes”, contou o delegado.

 

Durante a operação, a PJC cumpriu 20 mandados de prisão e 46 de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop.

 

Além disso, foram bloqueadas contas bancárias e sequestrados veículos e imóveis comprados com dinheiro do crime.

 

Em Rondonópolis, onde estavam os principais suspeitos, 14 mandados de busca e sete prisões foram realizadas.

 

O coordenador de enfrentamento ao crime organizado da PJC, Rafael Scatolon, afirmou que a ação foi uma resposta direta da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (SESP).

 

“Essa quadrilha era uma das principais responsáveis por esse tipo de crime no estado. Com a prisão dos envolvidos, esperamos reduzir significativamente esses furtos”, declarou.

 

Um dos líderes do grupo, que já tinha antecedentes criminais, foi preso no início deste mês.

 

As investigações continuam para rastrear bens adquiridos ilegalmente e tentar recuperar os módulos furtados.