A Prefeitura de Cuiabá instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que pode culminar na exoneração do servidor público e ex-vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB).
Ele é acusado de receber propina, beneficiar-se indevidamente do cargo e violar princípios éticos no serviço público.
A medida foi formalizada por meio de portaria publicada na edição mais recente da Gazeta Municipal, assinada pelo corregedor-geral Carlos Eduardo Lopes.
Paulo Henrique, atualmente afastado de suas funções, ocupa o cargo efetivo de agente de fiscalização e contrato na Secretaria de Ordem Pública da Capital.
Mesmo fora do exercício, seu último salário registrado foi de R$ 42 mil brutos, conforme consta no Portal da Transparência da Prefeitura.
As acusações contra ele ganham contornos ainda mais graves por estarem vinculadas às operações Ragnatela e Pubblicare, deflagradas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
O ex-parlamentar chegou a ser preso preventivamente em setembro de 2024, suspeito de intermediar concessões irregulares de licenças para eventos em casas noturnas e participar de esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo shows de artistas de renome nacional.
O Ministério Público Estadual aponta que Paulo Henrique teria utilizado verbas do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município (Sindarf), entidade da qual era presidente, para finalidades pessoais e para alimentar atividades criminosas.
Ele foi libertado posteriormente com uso de tornozeleira eletrônica, medida revogada pelo Tribunal de Justiça em fevereiro deste ano.
A Prefeitura o investiga por condutas como recebimento indevido de vantagens, uso do cargo público para benefício próprio ou de terceiros e comportamento incompatível com os deveres do funcionalismo. Entre as possíveis penalidades estão advertência e demissão.
A apuração administrativa reforça a pressão sobre figuras públicas que, mesmo fora de mandatos eletivos, seguem sob o olhar atento da Justiça e da sociedade, especialmente quando os indícios envolvem o uso da máquina pública para fins criminosos.