O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) reprovou a proposta do colega Júlio Campos (União) de mobilizar as Assembleias Legislativas em favor de uma anistia ampla para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. Para Cabral, essa tentativa representa uma interferência política indevida no Poder Judiciário.

“Quem deve tratar desse assunto é o Judiciário. Não cabe à política interferir nesse processo, pois as instituições precisam atuar dentro de suas responsabilidades. A polícia faz seu trabalho, o Ministério Público cumpre seu papel e o Judiciário decide com base na lei. Defender uma anistia dessa forma é politizar um tema que deve ser tratado tecnicamente”, afirmou.

Júlio Campos, que integra a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE), defendeu a proposta como uma maneira de "pacificar" o país, dividido entre direita e esquerda. Ele também sugeriu que as penas sejam analisadas individualmente.

No entanto, Lúdio rebateu a justificativa, ressaltando que as condenações já seguem esse princípio. “O processo judicial já é individualizado. Cada caso é analisado conforme as ações específicas de cada réu, mesmo em crimes coletivos. Não há necessidade de uma intervenção política nesse sentido”, concluiu.

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