A ala bolsonarista do Congresso Nacional está se mobilizando para retomar as discussões sobre o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o término das eleições municipais. Parlamentares dessa vertente acusam o magistrado de abuso de poder, especialmente em suas decisões relacionadas às investigações sobre fake news e milícias digitais.
Na última semana, a senadora Rosana Martinelli (PL) reforçou seu apoio à articulação promovida pela extrema-direita, destacando em entrevista à imprensa que o tema deve voltar com força à pauta legislativa assim que os senadores retornarem de suas bases eleitorais.
Alexandre de Moraes é o relator de importantes inquéritos no STF, como os que investigam os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e a suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder. Os parlamentares oposicionistas alegam que o ministro tem extrapolado suas funções e violado o devido processo legal, argumentando que há interferências indevidas em esferas que não competem ao Judiciário.
Atualmente, o pedido de impeachment conta com 35 assinaturas, sendo necessárias mais cinco para que a petição seja formalmente protocolada e analisada. No cenário mato-grossense, apenas a senadora Rosana Martinelli se posicionou favorável ao impeachment. Jayme Campos (União) e Margareth Buzetti (PSD) ainda não definiram seus posicionamentos.
Rosana Martinelli, ex-prefeita de Sinop, tem um histórico de enfrentamento com o STF, especialmente com Moraes. O ministro determinou a suspensão de seu passaporte e o bloqueio de suas contas bancárias devido às investigações relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Em defesa do impeachment, a senadora argumenta que o ministro tem ultrapassado suas competências. "Eu assinei o impeachment do Alexandre de Moraes porque acredito que tem que haver respeito entre os Poderes. Ele está invadindo competências que não são dele. Não votamos neles, nem para o Senado, nem para a presidência. Eles são guardiões da Constituição, mas não podem estar acima da Câmara Federal e do Senado," declarou Martinelli.
A expectativa da ala bolsonarista é de que, com o fim das eleições, o movimento ganhe força e consiga as assinaturas restantes para levar o pedido adiante.
As informações são do Estadão.
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