O senador Marcos do Val, em um desabafo contundente nas redes sociais, expôs a gravidade da situação que vem enfrentando após uma decisão judicial proferida pelo ministro Alexandre de Moraes. A determinação, que bloqueia R$ 50 milhões de suas contas pessoais, foi duramente criticada pelo parlamentar, que apontou a medida como uma violação frontal da Constituição Federal.

"Venho a público expressar a gravidade da situação que estamos enfrentando. O ministro Alexandre de Moraes, em uma decisão que ultrapassa os limites do razoável e desrespeita frontalmente o artigo 53 da Constituição Federal, determinou o bloqueio de 50 milhões de reais de minhas contas pessoais,"** declarou o senador, destacando que tal montante nunca existiu em suas contas. **"É fundamental destacar que tal quantia não existe e nunca existiu, sendo que havia apenas mil reais em minha conta, a qual, ainda assim, tenho como minhas dependentes como declarado no imposto de renda, minha filha e as despesas vitais, como o plano de saúde de minha mãe, que enfrenta um tratamento contra o câncer."

Marcos do Val classificou a decisão como um "verdadeiro abuso de autoridade" e afirmou que não houve qualquer comunicação prévia ao Senado Federal ou ao seu presidente, Rodrigo Pacheco. Para o senador, a medida representa um desrespeito não só a ele, mas a todo o Senado Federal. **"O que estamos vivenciando é uma flagrante contravenção e um desrespeito não apenas à minha pessoa, mas a todo o Senado Federal, que está sendo desmoralizado diante de uma medida arbitrária, que fere o princípio da dignidade humana e a própria essência da imunidade parlamentar,"** enfatizou.

Além disso, o senador criticou o bloqueio da verba indenizatória, que considera essencial para o desempenho de suas funções. "O bloqueio da verba indenizatória, que é fundamental para o exercício de minhas funções como senador da República, me impede de realizar as atividades inerentes ao meu mandato, incluindo a locomoção para Brasília e o pagamento das despesas de gabinete, tanto na capital federal quanto na minha base regional. Não posso sequer comprar uma passagem para exercer o meu papel constitucional de representante do povo do Espírito Santo," lamentou.

A medida foi descrita pelo senador como uma "pena antecipada de caráter perpétuo" e como "absolutamente desproporcional e inconstitucional."Ele afirmou que a imposição da dívida é impossível de ser quitada, sendo "uma afronta à minha dignidade, não apenas como parlamentar, mas como ser humano." Em tom de alerta, ele acrescentou: "Nem em dez gerações seria possível pagar esse valor!"

Marcos do Val fez um apelo ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e ao Congresso Nacional, exigindo uma resposta urgente à situação. "Presidente Rodrigo Pacheco, o Senado Federal está sendo desmoralizado. Esta é mais uma prova de que o Brasil não é mais uma democracia plena, onde os poderes deveriam se respeitar mutuamente. As ações do ministro Alexandre de Moraes não apenas violam minha imunidade parlamentar, garantida pelo artigo 53 da Constituição, mas também censuram minha atuação. Tudo o que publiquei tem documentação comprobatória, e não posso aceitar que essas verdades sejam silenciadas por meio de medidas arbitrárias."**

O senador encerrou seu pronunciamento com um pedido de intervenção por parte das lideranças do Congresso. "Diante deste cenário, solicito a imediata intervenção da mesa do Senado Federal, bem como do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco. Não se trata apenas da defesa de um senador, mas da proteção do próprio Estado Democrático de Direito e da preservação das prerrogativas do Poder Legislativo. Estamos diante de uma situação que requer uma resposta enérgica e imediata, sob pena de sermos coniventes com o enfraquecimento das nossas instituições e da nossa democracia."

Após a divulgação de seu desabafo, Marcos do Val também revelou que sua conta no Instagram foi derrubada. Ele finalizou seu pronunciamento com a seguinte reflexão: "Uma decisão de bloqueio judicial de 50 milhões é completamente inconstitucional, porque se reveste de uma pena antecipada, de caráter perpétuo e que retira sua dignidade não só como parlamentar, mas como ser humano."

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