Em uma revelação que agita a política paulista, o ex-coach e atual candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, do PRTB, concedeu poderes a Florindo Miranda Ciorlin, um empresário e piloto que é réu em uma ação penal por suas ligações com o tráfico de drogas.

Documentos obtidos pela coluna mostram que Marçal assinou a procuração em 28 de outubro de 2021, data em que Florindo já tinha sido preso pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) se tornando réu na 1° vara de Mato Grosso.

Florindo é acusado de atuar na aquisição e ocultação de aeronaves utilizadas por traficantes para o transporte de grandes quantidades de cocaína da Bolívia ao Brasil.

Segundo as investigações, ele fez parte de uma organização criminosa liderada pelo megatraficante Ary Flávio Swenson Hernandes, responsável pelo tráfico de mais de 5,1 toneladas de drogas.

O empresário foi alvo da Operação Grão Branco, deflagrada em abril de 2021, que resultou em mais de 110 mandados judiciais e 38 prisões.

Apesar de não estar diretamente implicado nas investigações da Polícia Federal, a procuração assinada por Marçal revela uma conexão preocupante com o crime organizado.

O candidato se defendeu, afirmando que sua relação com Florindo é exclusivamente profissional e que se pudesse, afastaria o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, por conta de seu envolvimento com o crime. Marçal classificou a situação como “constrangedora” e reafirmou que não tem “amor por bandido”.

Além de Marçal, a procuração é assinada por Marcos Paulo de Oliveira, sócio do candidato na Aviation Participações LTDA.

O documento permite que Florindo, através de sua empresa Preflight Serviços Aeronáuticos LTDA, represente Marçal em agências do governo federal, como a ANAC e a ANATEL, para a obtenção de documentos relacionados a uma aeronave de propriedade do candidato.

A aeronave em questão, um Cessna 510, foi adquirida por Marçal em outubro de 2021 por R$ 9,13 milhões e foi utilizada durante sua campanha à presidência em 2022.

Marçal, que teve seu registro como candidato a deputado federal negado pelo Tribunal Superior Eleitoral, agora busca uma nova oportunidade na política, mas a polêmica em torno de sua ligação com um empresário réu por tráfico de drogas pode impactar sua imagem nas eleições.

A defesa de Florindo Ciorlin alega que ele atuava de forma legal e que as acusações do MPF são baseadas em suposições.

O advogado do empresário afirmou que a Preflight é uma empresa respeitável e que as transações realizadas foram dentro dos padrões legais.

A situação levanta questões sobre a relação entre política e criminalidade, especialmente em um período eleitoral onde a ética e a transparência são fundamentais.

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