menu
19 de Outubro de 2024
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
19 de Outubro de 2024
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

BRASIL Terça-feira, 05 de Dezembro de 2023, 08:47 - A | A

Terça-feira, 05 de Dezembro de 2023, 08h:47 - A | A

NARRATIVAS

Com Bolsonaro, O Globo rotula Mohammad como ‘ditador’, mas com Lula, G1 o refere como ‘príncipe’

Mohammed bin Salman, conhecido pela sigla MBS, chama a atenção do mundo inteiro como um comandante saudita notavelmente distinto de seus antecessores. Antes uma figura relativamente desconhecida fora da Arábia Saudita, ele assumiu o papel de príncipe herdeiro, desencadeando uma série de transformações marcantes no país.

Embora ainda não tenha ascendido ao trono, MBS implementou mudanças significativas, marcando uma virada abrupta. A permissão para que mulheres conduzissem veículos, a normalização de música e filmes previamente considerados heréticos, a realização de grandes shows ocidentais, como o de Mariah Carey em 2019, e a inauguração de cinemas exemplificam a abertura cultural sob sua liderança.

Mesmo diante desses acontecimentos, o interesse da mídia brasileira voltou-se para o príncipe quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com autoridades sauditas durante seu mandato. Contudo, esses encontros desencadearam uma narrativa crítica, como evidenciado pelo jornal O Globo, que, em março deste ano, publicou um artigo intitulado “A amizade de Bolsonaro com ditador anticristão”, apontando um sistema ditatorial na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes.

Agora, no entanto, com a mudança de governo federal, observamos uma alteração na postura do G1, pertencente ao grupo Globo, em relação a MBS. O veículo, alinhado ao governo de extrema-esquerda do Brasil, não apenas suaviza o tom das manchetes, referindo-se a Mohammed como ‘príncipe herdeiro’, mas também evita dar evidência em termos pejorativos.

Em uma das reportagens veiculadas nesta terça-feira (29), ao cobrir a ‘tour’ internacional de Lula, uma matéria do G1 propagou a seguinte abordagem: “Em Riad, Lula se reúne com príncipe herdeiro da Arábia Saudita”. O Globo repete o modus operandi também em uma de suas matérias.

Cabe mencionar a Globo permanece como a principal beneficiária de verbas publicitárias do governo petista em 2023. Até novembro, a emissora recebeu mais recursos da propaganda oficial do que todos os outros grupos de TV somados.

Conexão Política

 
 

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.


Comente esta notícia

João 05/12/2023

Com todo o respeito, me desculpem e me permitam descordar do que vocês afirmam neste texto, mas o Folha do Estado, enquanto veículo de comunicação e jornalístico, deveria entender a diferença entre uma matéria jornalística que pretende fazer uma cobertura de evento político e um artigo escrito por um jornalista que é um analista político em sua coluna. São peças jornalísticas muito destintas. Enquanto Guga Chacra, na qualidade de analista político escrevendo em sua coluna, possa e deve expressar a sua opinião, ainda que esta não esteja em consonância com a linha editorial do jornal, a matéria escrita pelo jornalista, por outro lado, tem a função de apenas informar um fato, sem julgamento de valores. Ainda que o repórter possa mencionar as inúmeras controvérsias a respeito de Bin Salman, isso deve ser feito em caráter informativo e não represente a sua opinião pessoal. Inclusive, na matéria, o repórter faz justamente isso escrevendo: \"A Arábia Saudita e seu governo são frequentemente criticados no Ocidente por violações aos direitos humanos.\" O repórter não pode e não deve se referir a Bin Salman como ditador ou assassino porque ele é oficialmente o príncipe da Arábia Saudita e reconhecido como tal perante a comunidade internacional a despeito do que pensamos, eu ou vocês, a respeito dele. E, como disse antes, o colunista tem como propósito fazer uma análise onde cabe o julgamento de valores, desde que ele apresente fundamentos para a sua tese e compete a nós leitores concordar ou não com ele. Desta forma, não há incoerência entre as duas peças jornalísticas, e de forma alguma revela um viés ideológico ou político do grupo jornalístico em questão. A coluna não está no editorial do jornal e representa a opinião do colunista. Aliás, em uma democracia plena o jornal deve abrir espaço para jornalistas e analistas políticos que representam diferentes linhas de pensamentos. Isso indica um viés de imparcialidade, ainda que o jornal tenha a sua própria linha de pensamento.

positivo
1
negativo
3

1 comentários