O Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um dado alarmante sobre a realidade de Cuiabá e região metropolitana: das 58 favelas mapeadas em Mato Grosso, 47 estão localizadas em Cuiabá, representando uma grande concentração nas áreas periféricas da capital. Outros 11 assentamentos foram identificados em municípios vizinhos.
Entre as favelas encontradas, destacam-se áreas como o Jardim Imperial, Passaredo, São João Del Rey, Santa Laura, e Pedregal. Esses locais, que enfrentam altos índices de vulnerabilidade social, são considerados polos de grande importância para o debate sobre desigualdade urbana e políticas públicas de habitação.
O levantamento revela ainda uma diversidade de bairros e regiões no mapeamento das favelas, como o Córrego Vassoural, Despraiado, e o Parque Cuiabá, além das várias favelas espalhadas pelo bairro Pedra 90 e o Ribeirão do Lipa, que concentram três áreas vulneráveis cada um.
O Que Dizer Sobre Essa Realidade?
O número elevado de favelas em Cuiabá evidencia a desigualdade social e a escassez de políticas públicas eficazes para integrar essas comunidades ao desenvolvimento urbano da cidade. As autoridades e especialistas em urbanismo têm destacado a urgência de uma atuação mais firme na melhoria da infraestrutura e no atendimento das necessidades básicas dessas regiões.
A situação também chama atenção para a importância da presença do Estado na busca por soluções que promovam a inclusão social, a segurança e o acesso à educação e saúde de qualidade para os moradores dessas comunidades.
Esses números são apenas a ponta do iceberg de uma realidade que muitos mato-grossenses enfrentam no dia a dia. O próximo passo é continuar o debate e cobrar ações que tragam mudanças efetivas para os cidadãos que vivem nessas condições.
Confira abaixo as regiões consideradas como favela
Cuiabá
- Jardim Imperial
- Passaredo
- São João Del Rey (3 favelas)
- Santa Laura
- Praeirinho
- Paraíso
- Parque das Águas Nascentes
- Três Barras
- Pedregal
- Dom Bosco
- Residencial Coxipó
- Altos da Serra
- Antônio Dias
- Centro América (2 favelas)
- Residencial Jonas Pinheiro
- Córrego Vassoural
- Despraiado
- Jardim 1º de Março (2 favelas)
- Jardim Mariana
- Jardim Mossoró
- Jardim São Paulo
- Jardim Ubirajara
- Jardim Umuarama
- Jardim Vitória
- Loteamento Sampaio
- Nova Esperança
- Novo Milênio
- Novo Paraíso
- Parque Atalaia
- Parque Cuiabá (2 favelas)
- Parque Nova Esperança I
- Pedra 90 (3 favelas)
- Ribeirão do Lipa (3 favelas)
- Cohab São Gonçalo
- Serra Dourada
- Sol Nascente
- Tijucal
- Vila Verde
- Wantuil de Freitas
Várzea Grande
- Lagoa do Jacaré
- Lagoa da FEB
- Vila Vitória
- Mapim
- Capão Grande
- Jadim Esmeralda
Rondonópolis
- Jardim Itapuã
- Vila Amizade
- Vila Mamed
Sinop
- Jardim do Ouro
Cáceres
- Jardim Imperial
Conforme o instituto, para um bairro ser classificado uma favela, ele deve ter:
- ausência ou oferta incompleta de serviços públicos;
- arruamento e infraestrutura que usualmente são autoproduzidos ou se orientam por parâmetros urbanísticos e construtivos distintos dos definidos pelos órgãos públicos;
- localização em áreas com restrição à ocupação definidas pela legislação ambiental ou urbanística.
As favelas no Brasil
Vista da comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, considerada uma das maiores favelas da América Latina. — Foto: VAN CAMPOS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Censo divulgou também que a população das favelas são pessoas mais jovens do que do país como um todo. A idade média dos moradores de favelas é 30 anos.
Sobre cor ou raça, pardos representam 56,8% e pretos 16,1% e brancas 26,6% das favelas. Entre os 958.251 estabelecimentos, 7.896 eram de ensino, 2.792 de saúde e 50.934 estabelecimentos religiosos. Os dados apontam que a população que mora em favelas cresceu na última década e chegou 16,4 milhões de pessoas, 8,1% do total de brasileiros. Há 12 anos, em 2010, eram 11,4 milhões de moradores em favelas, 6% do total.
O número de favelas também cresceu. Em 2010, o Brasil tinha 6.329 favelas em 323 municípios. Em 2022, segundo Censo, eram 12.348 favelas distribuídas por 656 municípios (clique aqui para consultar quantas pessoas vivem em favelas em sua cidade).
De acordo com o IBGE, parte desses aumentos estão relacionados a uma melhoria e aperfeiçoamento na coleta dos dados, especialmente em áreas menores, e não ao crescimento na população vivendo nas favelas.
As favelas são diversas e heterogêneas em suas formas, tamanhos e tipos de construção. Ocupam morros, baixadas, praias, planaltos, alagados, mangues, beiras de rio e outras composições geográficas. E, segundo o IBGE, estão concentradas na faixa litorânea, na calha do Rio Amazonas e em regiões de expansão de fronteira agrícola.
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