A artista mato-grossense Vera Capilé, conhecida no cenário musical como cantora, compositora e instrumentista, enfrentou nesta semana uma dor inimaginável: a morte do seu filho, o experiente piloto Flávio Geovanni Capilé Rivera, de 69 anos, vítima da queda de um avião monomotor em Rondonópolis.

 

O corpo foi encontrado na tarde de quinta-feira (3) entre os destroços da aeronave, em uma região de difícil acesso na Gleba Rio Verde.

 

Emocionada, Vera compartilhou o sofrimento da perda e destacou o amor incondicional do filho pela aviação, profissão que abraçou por mais de duas décadas.

 

“A ficha não caiu ainda. Que mãe ou pai espera sepultar o filho em pleno vigor da vida? Estamos arrasados. Mas, por outro lado, sabemos que ele fez o que amava, trabalhou profissionalmente com o que sempre gostou”, afirmou em entrevista ao portal Primeira Página.

 

Flávio estava a caminho de Primavera do Leste, onde buscaria o proprietário da aeronave, o produtor rural João Trojan, e sua esposa.

 

Como o piloto não chegou ao destino, foi iniciado um protocolo de buscas, que infelizmente confirmou o pior desfecho.

 

Segundo João, Flávio já realizava aquele trajeto quinzenalmente há quatro anos e era conhecido por sua competência e disciplina.

 

A paixão pela aviação, segundo a mãe, surgiu ainda na infância, inspirada no pai. “Com 8 anos, já estava na oficina lavando peças, aprendendo a dirigir. Mas a paixão era a aviação, hobby do pai”, relembra.

 

Apesar dos receios maternos, Vera recorda que o filho se sentia realizado nos ares.

 

“Eu falava que temia os perigos da profissão, mas ele sempre dizia que, se acontecesse algo, estava feliz, porque estava fazendo o que gostava.”

 

Com mais de 20 anos de atuação como piloto, Flávio era reconhecido como um profissional rigoroso e dedicado.

 

“Exímio, rigoroso e experiente, voando nesses espaços aéreos de Mato Grosso e outros estados. Reconhecido no meio como um profissional competente e exigente com as boas condutas nesta profissão que escolheu precocemente”, destacou a mãe.

 

A morte de Flávio deixa uma lacuna profunda não só para a família, mas também para o setor da aviação regional, onde sua trajetória será lembrada como símbolo de paixão e compromisso.