O dólar à vista apresentou queda de 0,52% nesta segunda-feira (14), cotado a R$ 5,8344 na venda, seguindo a tendência de desvalorização da moeda norte-americana observada nos mercados globais. O movimento é atribuído à desaceleração das preocupações sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e outros países, especialmente após a suspensão temporária de tarifas sobre eletrônicos de alta tecnologia, uma medida anunciada pelo governo Trump.
No mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento também registrava baixa de 0,28%, a R$ 5,866, enquanto o índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, subia 1,17%, alcançando 129.179,50 pontos.
Alívio nos mercados globais
O alívio nos mercados financeiros globais foi notável nesta segunda-feira, com uma recuperação nos índices de ações. Na Ásia, o Hang Seng de Hong Kong subiu 2,4%, e o Kospi da Coreia do Sul avançou 1%, enquanto o Índice Composto de Xangai na China teve alta de 0,8%. Na Europa, o Stoxx 600, principal índice de ações do continente, subia 2,48%, com o DAX da Alemanha e o CAC da França registrando altas de 2,72% e 2,32%, respectivamente. Em Londres, o FTSE 100 também avançou 1,85%.
Nos Estados Unidos, os futuros de ações indicavam um pregão positivo, com o Dow Jones subindo 0,9%, o S&P 500 ganhando 1,26% e o Nasdaq avançando 1,42%.
Expectativa em relação à política comercial dos EUA
A diminuição das tarifas sobre produtos eletrônicos gerou um alívio entre investidores, que estavam preocupados com os impactos de uma possível escalada na guerra comercial global, iniciada com o anúncio de novas tarifas de Donald Trump no início de abril. No entanto, o presidente norte-americano sinalizou no domingo (13) que a suspensão das tarifas pode ser temporária e que novas tarifas sobre chips semicondutores estão em consideração.
Além disso, negociações bilaterais entre autoridades norte-americanas e japonesas estão previstas para quinta-feira, e o mercado permanece atento ao desenrolar desses diálogos.
Impactos nos mercados emergentes e commodities
O recuo das tarifas, combinado com o aumento nos preços de commodities como minério de ferro e petróleo, ajudou a fortalecer as moedas de mercados emergentes. A confiança nas economias dependentes da demanda chinesa, como é o caso do Brasil e de outros países da América Latina, foi favorecida, especialmente diante dos sinais de recuperação econômica da China.
Por outro lado, analistas alertam que uma eventual escalada das tarifas pode provocar uma inflação global e uma recessão em diversas economias, o que aumentaria a incerteza sobre a estabilidade da economia mundial.
Perspectivas para a semana
A semana será marcada pela divulgação de uma série de dados econômicos importantes, incluindo índices de inflação na zona do euro e no Japão, além de números sobre o crescimento da economia chinesa. Na quinta-feira (17), o Banco Central Europeu anunciará sua decisão sobre a política monetária, um evento aguardado com grande expectativa pelos mercados.
Enquanto isso, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de outras divisas, recuava 0,30%, a 99,615, refletindo a perda de força da moeda no cenário global.
Este cenário de volatilidade política e econômica, com mudanças constantes nas tarifas e incertezas sobre o futuro da política comercial dos EUA, continua a influenciar os mercados financeiros e o comportamento das moedas ao redor do mundo.