A balança comercial do Brasil registrou um superávit de US$ 4,3 bilhões (cerca de R$ 24,4 bilhões) em outubro, uma queda de 52,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na quarta-feira, 6. O valor ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa um saldo positivo de US$ 4,9 bilhões.
Em outubro, as exportações somaram US$ 29,5 bilhões (R$ 167,4 bilhões), uma leve redução de 0,7% na comparação anual, enquanto as importações cresceram 22,5%, alcançando US$ 25,1 bilhões (R$ 142,4 bilhões). O aumento das importações pressionou o saldo comercial e refletiu-se também no acumulado de 2024, que registrou superávit de US$ 63 bilhões (R$ 357,5 bilhões), uma queda de 22% em relação ao ano anterior.
No setor exportador, a indústria de transformação foi destaque, com crescimento de 10,9%, atingindo US$ 17,3 bilhões (R$ 98,1 bilhões). Em contrapartida, a indústria extrativa e o setor agropecuário apresentaram quedas de 14,5% e 12,8%, respectivamente, com o recuo nas vendas externas de soja (-31,3%) e milho (-32,8%) afetando o resultado geral. O diretor de Estatísticas do MDIC, Herlon Brandão, atribuiu a queda ao enfraquecimento da safra, à antecipação de embarques e à recuperação da produção argentina.
Para 2024, o MDIC revisou suas projeções para o saldo comercial, que agora deve fechar com superávit de US$ 70,4 bilhões (R$ 399,5 bilhões), abaixo da previsão inicial de US$ 79,2 bilhões. A estimativa para exportações também foi ajustada para US$ 330,3 bilhões (R$ 1,8 trilhão), enquanto as importações foram elevadas para US$ 274,9 bilhões (R$ 1,5 trilhão). Brandão comentou que a previsão ainda é incerta e que a balança poderá sofrer leves oscilações até o fim do ano.