Na retomada do governo Trump, a Venezuela se configura como uma prioridade na política externa americana, marcada pela chamada estratégia de "pressão máxima." Conforme detalhado em uma reportagem de Jamil Chade para o UOL, assessores de Trump têm discutido planos para aumentar as sanções ao regime de Nicolás Maduro, visando formar uma coalizão regional de países contra o governo venezuelano — com o Brasil como peça-chave, potencialmente.
Esse plano vem à tona em documentos do "Projeto 2025," desenvolvidos por ex-conselheiros de Trump, que revelam a intenção de mudar a abordagem mais branda de Joe Biden, que levou ao acordo de Barbados para eleições livres na Venezuela e a um alívio parcial das sanções. Segundo o documento, a liderança da Venezuela se aproxima cada vez mais de países adversários dos EUA, como China e Irã, o que, para a equipe de Trump, representa uma ameaça crescente para a América Latina.
Outro ponto central do plano republicano é a busca pela independência energética do continente. Para isso, o projeto sugere reduzir a dependência americana de petróleo de regiões distantes e fortalecer a produção com parceiros próximos, como México, Canadá e Brasil. “Os Estados Unidos devem trabalhar com México, Canadá e outros países para desenvolver uma política energética que reduza a dependência de fontes distantes”, aponta o documento.
Além disso, o plano visa isolar as ideologias socialistas e progressistas na América Latina, tidas pelos republicanos como "ameaças à segurança do hemisfério". Nesse sentido, o governo Trump deseja fortalecer uma coalizão de defesa regional, com o objetivo de conter a influência de governos socialistas, promovendo uma América Latina mais “unida e economicamente próspera” sob a liderança americana.