As recentes disputas internas no Partido Liberal (PL) revelaram acordos e animosidades entre os membros da sigla nas Câmaras Municipais de Cuiabá e Várzea Grande. O presidente regional do partido, Ananias Filho, trouxe à tona detalhes sobre as articulações que movimentaram as eleições para as Mesas Diretoras.
Retirada estratégica de Chico 2000
Em Cuiabá, o vereador Chico 2000 (PL) cumpriu um acordo previamente estabelecido com a direção partidária e retirou sua candidatura à presidência da Mesa Diretora ao não conseguir apoio suficiente para enfrentar a colega de partido Paula Calil. Segundo Ananias, essa decisão já havia sido alinhada.
“Chico tinha uma conversa conosco de que, caso não conseguisse votos suficientes, ele desistiria. Ele cumpriu com sua palavra”, afirmou o líder partidário.
Embora Ananias tenha minimizado a tensão entre os membros do PL, o clima de animosidade ficou evidente, especialmente após Chico optar por não participar da votação. Seu nome era apoiado por um grupo dissidente, o ‘G6’, formado por vereadores de diferentes siglas que viabilizariam a disputa, mas as articulações falharam, e alguns aliados acabaram migrando para a chapa rival.
Polêmica em Várzea Grande
Já em Várzea Grande, o vereador Wanderley Cerqueira (MDB) acusou a prefeita recém-empossada Flávia Moretti (PL) de tentar interferir na eleição da Mesa Diretora, oferecendo secretarias como moeda de troca para impedir sua eleição como presidente nos dois primeiros anos de gestão.
Ananias negou que a articulação tivesse apoio formal do PL e ressaltou a importância do diálogo entre os poderes para garantir a governabilidade.
“Várzea Grande precisa da união dos poderes constituídos. O diálogo será essencial”, destacou.
Apesar das controvérsias, o presidente regional do PL enfatizou que as disputas fortalecem o partido e não enfraquecem as lideranças. Contudo, o início dos mandatos nas duas cidades parece já enfrentar desafios significativos que exigirão habilidade política para superá-los.