A boxeadora argelina Imane Khelif entrará com uma ação judicial após o portal francês Le Correspondant divulgar um relatório médico no qual consta que ela possui cromossomos XY (masculinos), testículos internos e um micropênis. Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, a atleta de 25 anos tem estado no centro da polêmica após ter sido reprovada no teste de gênero e expulsa pela Associação Internacional de Boxe (IBA).
A informação de que Khelif acionará a Justiça foi confirmada, nesta quarta-feira (6), pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), entidade responsável por admitir a boxeadora na categoria feminina do peso-meio-médio (até 66kg) das Olimpíadas deste ano.
– Entendemos que Imane Khelif acionou a Justiça contra pessoas que falaram sobre sua situação durante as Olimpíadas. E o COI sabe que ela prepara uma ação contra a recente reportagem. O COI não irá comentar o andamento da ação ou a reportagem que apresenta documentos não verificados e cuja origem não pode ser confirmada. O COI lamenta os abusos que ela sofre atualmente – declarou o COI ao jornal The Guardian.
ENTENDA
O portal francês que divulgou o relatório médico de Khelif afirma que ele foi elaborado em junho de 2023 por meio de uma colaboração entre o hospital Kremlin-Bicêtre em Paris, França, e o hospital Mohamed Lamine Debaghine em Argel, Argélia. O jornalista francês Djaffar Ait Aoudia obteve uma cópia não autenticada de um exame físico completo feito na boxeadora, incluindo uma ressonância magnética que atestou que ela não teria útero, mas sim testículos e que o “micropênis” lembrava um clitóris aumentado.
Um teste cromossômico confirmou ainda que Khelif teria um cariótipo XY, enquanto um teste hormonal descobriu que o nível de testosterona era típico de homens. O jornalista que divulgou os dados também observou que os médicos sugeriram que os pais de Khelif podem ter sido parentes de sangue, o que justificaria a deficiência de 5-alfa redutase.
Por causa dessa condição que afeta o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos, ao nascer, bebês são designados como do sexo feminino, pois a aparência da genitália masculina assume a aparência de uma “bolsa vaginal cega”. Na adolescência, porém, essas pessoas passam a desenvolver músculos, percebem o aumento de pelos pelo corpo e não desenvolvem seios, ou menstruam.
O relatório ainda teria sugerido à boxeadora que passasse por tratamento de correção cirúrgica e terapia hormonal para que ela pudesse se alinhar fisicamente com sua identidade de gênero autopercebida, no caso feminina. Participaram desse estudo os endocrinologistas especialistas Soumaya Fedala e Jacques Young, que atestam que Khelif tem a deficiência de 5-alfa redutase, um distúrbio do desenvolvimento sexual que só é encontrado em homens biológicos.
Luiz Henrique Frasson 08/11/2024
Apesar da opção sexual da atleta; se o teste genético e de imagens provam que nasceu homem; no meu ponto de vista pode manter o nome feminino;mas, para disputar um esporte de força e resistência como o Boxe; teria que disputar junto com os do mesmo sexo masculino... pra evitar desvantagens em relação as do sexo feminino comprovadamente feminino; coisa obvia...
ALAN 07/11/2024
Ela não gosta de receber abuso, mas curtiu abusar da sua condição para esmurrar uma mulher.. \"sertinha\"
2 comentários