Um navio de carga russo, que a Ucrânia alega ter sido enviado para a Síria para coletar armas, afundou no Mar Mediterrâneo, segundo autoridades em Moscou.
De acordo com informações de agencias internacionais, dois tripulantes estão desaparecidos após uma explosão na sala de máquinas afundar o Ursa Major entre a Espanha e a Argélia, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Outros quatorze tripulantes foram resgatados e levados para a Espanha.
A inteligência militar da Ucrânia alegou ontem que o navio, anteriormente chamado Sparta III, havia sido enviado para a Síria para remover armas e equipamentos militares após a queda de Bashar al Assad. Em uma postagem no Telegram, a agência afirmou que o navio quebrou perto de Portugal, mas a tripulação conseguiu “consertar o problema e continuar através do Estreito de Gibraltar”.
Dados de rastreamento de navios do London Stock Exchange Group (LSEG) mostram que o Ursa Major partiu do porto russo de São Petersburgo em 11 de dezembro. Foi visto pela última vez enviando um sinal às 22h04 GMT na segunda-feira, entre a Argélia e a Espanha. Ao sair de São Petersburgo, indicou que seu próximo porto de escala seria o porto russo de Vladivostok. O operador e proprietário do navio é uma empresa chamada SK-Yug, parte da empresa de logística e transporte Oboronlogistics, de acordo com dados do LSEG.
Assad fugiu para Moscou da Síria no início deste mês, após rebeldes capturarem a capital, Damasco, em uma ofensiva relâmpago que pôs fim ao governo de cinco décadas de sua família. O Kremlin há muito tempo é aliado de Assad, que deu a Vladimir Putin um porto no Mediterrâneo e uma base aérea próxima na Síria em troca de apoio militar durante a guerra civil do país, que começou em 2011.
Quatro anos depois, a Rússia interveio diretamente na guerra civil e lançou seus primeiros ataques aéreos no país após combatentes do Estado Islâmico tomarem a histórica cidade de Palmira, marcando um ponto de virada no conflito. Um ano depois, tropas sírias, apoiadas pela Rússia e pelo Irã, recapturaram Aleppo, um golpe significativo para os rebeldes.
Nas últimas semanas, a Rússia tem retirado suas tropas das linhas de frente no norte da Síria, e a remoção de Assad também lançou dúvidas sobre o futuro das bases russas no país – a base aérea de Hmeimim em Latakia e a instalação naval de Tartus.