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POLICIAL Quinta-feira, 20 de Março de 2025, 12:04 - A | A

Quinta-feira, 20 de Março de 2025, 12h:04 - A | A

ESQUEMA FINANCEIRO

Gaeco desmantela esquema de extorsão que movimentou R$ 15 milhões em seis meses

Comerciantes dessas cidades eram obrigados a pagar taxas abusivas ou comprar exclusivamente de fornecedores indicados pela organização

 

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta quinta-feira (20) a Operação Acqua Ilicita, que investiga um esquema milionário de extorsão e lavagem de dinheiro liderado por uma facção criminosa em Cuiabá e Várzea Grande.

 

Comerciantes dessas cidades eram obrigados a pagar taxas abusivas ou comprar exclusivamente de fornecedores indicados pela organização.

 

Uma das 30 contas monitoradas pelo Gaeco movimentou aproximadamente R$ 15 milhões em apenas seis meses.

 

Segundo o delegado Hércules Batista, há indícios de que parte desse dinheiro tenha sido transferida para pessoas do Rio de Janeiro sem profissão definida, levantando suspeitas sobre a abrangência do esquema.

 

A investigação começou após denúncias anônimas de comerciantes que não suportavam mais a coação imposta pela facção. “Eles não conseguiam mais trabalhar devido ao medo e às taxas impostas”, afirmou Batista.

 

Os criminosos forçavam as vítimas a adquirirem galões de água mineral de fornecedores ligados ao grupo, além de pagarem R$ 1 por unidade vendida.

 

O esquema, extremamente lucrativo, já previa um reajuste das taxas para R$ 2 ou R$ 2,50 por galão em 2025.

 

Em alguns casos, os comerciantes eram obrigados a apresentar notas fiscais de compra para que a facção calculasse as cobranças, independentemente de venda ou lucro.

 

Caso se recusassem a pagar, eram ameaçados de forma velada.

 

Para ampliar o controle sobre o mercado, a facção estava construindo galpões para armazenar grandes quantidades de água mineral adquiridas diretamente de fabricantes.

 

Se não houvesse pagamento da taxa, os comerciantes eram forçados a comprar exclusivamente desses depósitos.

 

A operação cumpriu 60 mandados de busca e apreensão, 12 de prisão e sequestro de bens e valores ilícitos, incluindo 33 veículos.

 

Cerca de 400 agentes, entre promotores e policiais, participaram da ação nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Sinop.

 

Paralelamente, a Polícia Civil realizou a Operação Falso Profeta, mirando o mesmo esquema criminoso.

 

Um dos alvos é o pastor Ulisses Batista, que também estaria envolvido nas extorsões e está foragido no Rio de Janeiro. Ao todo, as operações têm quatro alvos em comum.

 

A expectativa das autoridades é de que o desmantelamento desse esquema traga alívio para os comerciantes e impeça que a população pague a conta desse crime, já que o aumento das taxas seria repassado aos consumidores.

 

As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e o destino dos valores movimentados pela organização criminosa.

 
 
 
 

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