Um relatório da Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, então secretário-executivo da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro (PL), teve papel ativo nas manifestações em Brasília após as eleições de 2022. Ele teria orientado diretamente líderes dos protestos, incluindo Lucas Rotilli Durlo, o "Lucão", figura central entre caminhoneiros em Mato Grosso.
Interceptações telefônicas mostraram que, em 28 de novembro de 2022, Fernandes enviou uma foto em que aparecia prestando continência para uma manifestante e, no dia seguinte, enviou áudios com instruções para manter "o controle do ato" em Brasília. As manifestações ocorreram principalmente em frente ao QG do Exército, onde os manifestantes pediam intervenção militar para reverter a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em dezembro de 2022, diante de uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que determinava a busca e apreensão de caminhões no local, Lucão buscou auxílio de Fernandes, que tentou articular uma reação. O general contatou Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, solicitando que o então presidente interviesse junto ao Ministério da Justiça e à Defesa para impedir a execução da ordem judicial. Fernandes também acionou o general Braga Netto e outros membros do governo para "segurar a PF".
Os manifestantes, temerosos com as medidas judiciais, chegaram a planejar rotas de fuga para evitar a Polícia Rodoviária Federal (PRF). No entanto, a confiança deles foi reforçada por um discurso de Bolsonaro em 9 de dezembro no Palácio da Alvorada, o que os encorajou a persistir nos atos.
Segundo a PF, o general Mário Fernandes desempenhou papel central no planejamento e coordenação das ações, com registros de sua presença nos acampamentos e de contato direto com manifestantes. O caso reforça as investigações sobre a possível participação de membros do governo Bolsonaro nos atos que contestaram o resultado eleitoral.
VALDECI MALVILA FABIANO 27/11/2024
Tudo falácia! Todos nós manifestantes queríamos mesmo que houvessem uma apuração limpa das eleições, pois nosso sistema eleitoral não é confiável!
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