A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira,18, a Operação Kalasiris, com o objetivo de desmantelar um esquema de corrupção e assédio no Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, responsável pela gestão da saúde indígena na região.
A operação ocorre em três municípios: Barra do Garças e Paranatinga, no Mato Grosso, e Aragarças, em Goiás.
As investigações revelaram que gestores do Distrito, em conluio com conselheiros indígenas, cobravam propinas para garantir a contratação e manutenção de agentes de saúde terceirizados.
Em uma demonstração clara de abuso de poder, enfermeiras contratadas eram obrigadas a enviar fotos íntimas para manter seus empregos.
A Justiça Federal de Barra do Garças expediu 14 mandados, que estão sendo cumpridos pela Polícia Federal: um mandado de prisão preventiva, duas suspensões de funções públicas e 11 mandados de busca e apreensão.
As investigações indicam que o esquema envolvia não só a manipulação de vagas, mas também um ambiente de trabalho insalubre e permeado por assédio sexual.
Além da exigência de altos valores para manter os contratos de trabalho, os responsáveis pelo esquema forçavam as enfermeiras a enviar imagens íntimas sob ameaça de demissão.
Muitas das profissionais acabaram denunciando o caso à Polícia Federal após sofrerem ameaças e perseguições.
A operação também revelou que aquelas que se recusavam a cumprir as ordens ilegais enfrentavam retaliações, como remoções arbitrárias ou demissões baseadas em falsas avaliações de desempenho.
Em um dos casos mais graves, foi identificado o pedido de criação de um censo populacional indígena falso, com o intuito de abrir novas vagas para contratos ilegais.