A Operação Sisamnes, deflagrada nesta terça-feira (26), trouxe à tona um esquema de venda de sentenças judiciais envolvendo magistrados, advogados e empresários.
Sob ordens do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em três estados, resultando na prisão do lobista Andreson Gonçalves e na aplicação de tornozeleiras eletrônicas para dois desembargadores investigados.
Entre os investigados estão:
Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, desembargadores afastados e obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas;
Flaviano Kleber Taques Figueiredo, advogado;
Andreson de Oliveira Gonçalves, lobista preso na operação;
Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, advogada e esposa de Andreson;
Valdoir Slapak e Haroldo Augusto Filho, sócios da mineradora Fource;
Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador Sebastião Moraes;
Rodrigo Vechiato da Silveira, advogado e ex-assessor de Sebastião Moraes;
Rafael Macedo Martins, servidor do Tribunal de Justiça;
Victor Ramos de Castro, também sob investigação
Além deles, o escritório do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, foi alvo de buscas.
Afastamentos no STJ e outras medidas
Zanin determinou o afastamento de três servidores ligados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ):
Daimler Alberto de Campos, chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti;
Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, chefe de gabinete do ministro Og Fernandes;
Márcio José Toledo Pinto, ex-assessor de Isabel Gallotti e Nancy Andrig
O esquema e as investigações:
Os alvos são suspeitos de cobrar valores para beneficiar partes em processos judiciais e vazar informações sigilosas.
A operação teve como base informações extraídas do celular de Zampieri, cujo assassinato revelou um esquema que compromete a integridade do Judiciário.
Equipamentos eletrônicos e dados sigilosos foram apreendidos, com autorização para arrombamento de cofres, se necessário.